sexta-feira, 19 de julho de 2013

Apresentações no FIG 2013

1 Breve ontologia de um matuto sertanejo

Sou matuto sou roceiro
Me criei nos cafundó
Sou sertanejo da gema
Lá das banda dos moco
Lá quando o Sol tá a pino
Castiga o coro sem dó

Campeei gado nas brenha
R a n q u e i   t o c o   fui carreiro
Morei nin  casa de taipa
A d i s p o i s fui ser   o l e r o
Fiz tijolo inté fiz teia
Pás galinha fiz   p u l e r o

Num fiz teia cu'ma aranha
Mas pá c u b r i r   os   c e l e r o
Donde guardava os provento
T r a b a i o   d'um ano   i n t e r o
T o m b é m   pá fazer tapera
Qui'abrigava us   c u m p a n h e r o

Seu m i n i n o se'eu li conto
O c e   d i f i c e    acredita
A vida de sertanejo
Até parece desdita
Mai juro que'é assim mermo
Quem vê de perto acredita

Nos tempo de   t r u v u a d a
As   g o t e r a   p r e t u b a v a
Pingava pá toda banda
Nos cantinho   n o i s   ficava
I n c u i d o   tá quá pinto
In riba dos moi de fava

Nos tempo de verão brabo
Nas catinga eu mim' fiava
Meu pai   c u n 'a   i s t r o v e n g a
Ar macambira cortava
F a c h e r o m a n d a c a r u
Era o qui a gente i n c o n t r a v a

Fazia grandes coivara
E os  i s p i n h o  queimava
Pá mode o gado   c u m e r
A p o i s   a fome era braba
Antes de 'o fogo apagar
No meio do fogareu
O rebanho i n b o c a v a
Os   b i c h i n   c u m i a   tanto
Qui as veis  i n t é  se babava


É   p u r i s s o   qui li conto
Qui é essa minha sina
Fui o avesso do avesso
O raio da   c i l i b r i n a
Correndo atras de gado
Me criei la nas campina

Cedo peguei no arado
C a r p i n a v a   tangi boi
Assim minha infância foi
Nas brenha lá do cerrado
Amansei cavalo brado
Correndo no   m e i   do gado

T o m b e m   a m a n c e i   jumento
Burro, carneiro pá mode
Cambitá tijolo e teia
Pois lá naquelas aldeia
Quando a coisa tava feia
Cambitava   i n t e   n i n   bode

Passava no   m e i   das guerra
Qui a   m u l e c a d a  fazia
De badoque e de peteca
Qui durava   i n t é   um dia
Pedra   c u m i a   no centro
Mermo assim eu num fugia

Escanchado n'um jumento
Qui nem mermo sela tinha
Me sentia importante
Pois mermo sendo tampinha
Num perdia pá ninguém
Lá naquelas freguesia

Pastorei carneiro e cabra
Ovelha vaca e peru
Quando o Sol tava queimando
Logo eu ia   m' i m   c o s t a n d o
C a r   mão cacimba cavando
Nas sombra   d u r   mulungu

Pá mode encontra água
A p o i s   a sede era braba
Lá naquela região
Da donde a gente morava
Era assim lá no sertão
Qui a vida   n o i s   levava

Minha infância assim foi
Labutei desde menino
E mesmo  sendo franzino
Topava qualquer parada
Pernoitava nas estrada
Acordava madrugada

Pensamento indo ao léu
Divagava sem limite
Sempre fui contra o alvitre
De quem machucava gente
Do sertão trago a semente
Na cachola   q u i n é m   véu

Macambira e as urtiga
Nas perna fazia estrago
Da casca do pau pereiro
Trago comigo o amargo
Nunca conheci moleza
Do bem bom passei de largo

O sertanejo é assim
Inventa sua destreza
Dá murro in ponta de faca
Pra ele n'um tem surpresa
Aprende cá Natureza
A n'um   g u e n t a r   desagravo

Pá num vê aquelas cena
Meu pai de lá se 'arrancou
Trazendo c'um ele n o i s
Conselhos do nosso avô
Pá mode a gente i s t u d a r
A p o i s   se a sorte ajudasse
Uns pudia ser doutor

I s c o l a   num tinha lá
Naquelas brenha esquecida
Meu pai juntou toda    t r e n h a
Vendeu pá buscar guarida
Vinhemo   então pá cidade
Pá recomeçar a vida

Eu já era m u l e c o t e
C'uns doze anos de 'idade
I s t r a n h e i    q u i n é m   a gota
A vida aqui na Cidade
Mermo assim  fui me ajeitando
Pegando capacidade

Mar né   q i   i s t u d e i   poco
Pois    p' r u   c e    já   t a l u d i n
Vi tanta   m u i r   f a c e r a
Qui min   g r a c e i   de verdade
P o q u i n   aprendi a ler
Essa 'é a pura verdade.

2 - POETIZAR

Poetizar É eternizar sentimento
Vivido ou não tal momento
Fruto da' imaginação
É inventar fantasias
Tornando mais belo os dias
Ofuscando a solidão

É viajar sem fronteiras
É navegar altos mares
É flutuar pelos ares
Sem sequer sair do chão
É numa estrela cadente
Ou na cauda de' um cometa
Trafegar na' imensidão

É ter desejos insanos
É vomitar desenganos
Usando apenas palavras
É sonhar frequentemente
Para alguns é ser demente
Por desconhecer as causas

É enganar-se a si mesmo
É ter no peito essa chama
Ardente qual fogo em brasa
É fazer do sentimento
Seu principal argumento
Do ser feliz sem ter causa

Ser poeta é ser arteiro
E é também ser sensível
Ser muita vez permissível
É criar o seu mundinho
É amar sem ser amado
Aprender viver sozinho.

3 - Quem disse tinha razão

Quem disse que poeta é louco

Teve razão de dizer

Pois buscam na emoção

Pretexto para escrever

No íntimo dos corações

Semeia sonho em palavras

Divagam no pensamento

Trafega através do tempo

Até o silvar do vento

Lhe serve de inspiração

Desconhece seus limites

E inda há quem acredite

Que ouve a voz da razão

Uns dizem que'é sonhador

Outros que é fingidor

Já eu penso diferente

É contador de histórias

E carpina na memória

Lenitivo à sua dor

Pois seja qual for o tema

Sempre insere alguma cena

De quem sofre por amor.

4- Mesquinho Mundo Malvado - Monólogo malacabado

Mundo malvado!

Maracutaias massificam-se margeando malditas malversações.

Mal-caráteres manipulam massas, mantendo mordomias.

Madrugadas, meninos maltratados/ maltrapilhos mendigam migalhas mastigáveis/ merendáveis - minimizam miserês macabros - moram marquises.

Mocinhas - meras meninas - molestam-se, mortificam-se moralmente (m a l a f o n a s meretrizes menosprezadas) melindram-se  merecidamente - merecem melindrarem-se.

Mulheres mergulham - machucadas, manobradas, mitigadas - mistificam-se: mas, moram malocas; mocambos.

Meios miseráveis, minguados - maldita mesmice milenar.

Malévolo, majestosamente mescla mentiras; mostrando mazelas, misérias, morticínios - maior maldade mundial!

Mesquinhas mentes maquiavélicas manipuladoras: menosprezam, maldizem, manobram, manipulam maliciosamente, mergulham mundos magníficos - momentaneamente - mediocridade moral!

Metrópoles, matutos magros - macrocéfalos - mastigam medias mornas.

Matungos malhados - m a r r e n t os - munindo machados, martelos - m u c h i l a s  muchas - margeiam matas maiores.

Mistificáveis, movem moinhos; moendo manjares mastigáveis  m e l h o r z i n h o s: macaxeira, mandioca, mingaus... - mestiços mastigam morcegos, macacos - monotonia.

Meia-noite, mesa; mariposas marcam moradias - momentos maravilha: motivação mutua - mas, mera mesmice.

Muitos migram macilentos - morarão modestamente - menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo, maioria morre mendigando.

Mídia mostra menores metralhados, militares mandões.

Milionários maiorais, montam mansões magnificas; mordomos, m e r c e d e s, motoristas - mordomias mil - mãos maiores.

Magnatas manobram milhões - mas maioria morre minguado: moradia meia-água - menos - m a u s o l e u s  marmorizados.

Mesquinho mundo malvado; merece melhorar - merecemos melhore mais.

Mesmo morresse marginalizado, mastigado, mostraria:

Muda, mundinho merda marginalizante!!!

5- Matéria prima

Fantasia sai da mente

De quem se diz sonhador

Será que o poeta mente

Ou externa a sua dor?

Por vezes a gente sente

N'uma frase n'uma rima

Chega a olvidar desditas

Mas dá a volta por cima

N'outras

Naufragamos sem ação

Pois é da tal solidão

Do verso a matéria prima.

6-  Sertão e a 'indústria' da seca

É triste ver essa gente
Que produz em abundância
Chorando feito criança
Vendo tudo perecer

Quando ao amanhecer
Mira o campo desolado
Ao constatar que' o gado
Não mais tem o que comer

Eleva os olhos pro Alto
Em prece implora clemencia
Pois é forte a sua crença
Que em breve vai chover

Enquanto a chuva não vem
Sobrevive de migalha
Pois a ajuda lhe falha
É grande a desilusão

Quando muito uma ração
Lhe vem do que produziu
Ainda' é assim no Brasil
Lá pras bandas do Sertão

Que "continua ao Deus dará"!

Enquanto isso políticos inescrupulosos se locupletam-se das verbas governamentais e fazem fortunas com a 'industria' da seca...

7- Sob o guante da indiferença

A noite é leve
Trovão enuncia
Então vem a chuva
Serve de acalanto

Para outrem
Que não tem um teto
Fica inquieto
Chora o seu pranto

E a tormenta
Lhe invade a alma
Desengano embala
Já não tem porvir

Seu existir
Já não tem sentido
Pois o seu gemido
Ninguém quer ouvir

E sem dono
Vara a madrugada
Acordado
Já não mais faz planos

Esperança
Que lhe traga alivio
Quiçá de' um abrigo
Ao amanhecer

Vem o Sol
Derretendo a neve
Devolvendo
Um pouco de esperança

Sob o guante
Da indiferença
Poucos pensam
Em amenizar

Que seu pranto
Não seja tão frequente
Tanta gente
Vivendo ao Deus dará

Que outra noite
Torturante qual
Permaneça-lhe
Somente na lembrança

Que Sob o manto
Do luar sereno
Prenuncie a próxima
Seja mais amena

Desempenha
Seu papel no abandono
Feito cão sem dono
Segue a vagar

8- Apasiguar

Tal pranto ninguém vem
Espera do Alto
Que lhe venham Bençãos

E sua crença
Reacende a chama
Que pra sua saga
Haja clemencia.

9- A outra parte

Viver é arte
E na arte do viver
Aprender faz parte
Aprendo a cada dia
Que fiz mau feito
A minha parte

Aprendo que não devia
Querer ser o que não sou
Que meu jeito i n s a n d e c i d o
Que na arte do amor
Não fiz direito a lição
Fiz o meu auto descarte

Que por ser inconsequente
Me envolvi facilmente
Que sempre que investi
Somente eu me envolvi
Faltou-me habilidade
De 'envolver a outra parte.

10- Que importa?

Que importa a grita de um povo
Que importa miserê n'alguma mesa
Que importa uns durmam ao relento
Que importa uns sucumbam de tristeza
Que importa nos campos não há flores
Que importa pra outros luzes tão acesas.

11- Sem nexo?

"Amanhece amanhece amanhece amanhece o dia
Um leve toque de poesia..."
E eu acordei e de pronto pensei
Tudo seria bem melhor
Se as pessoas se importassem mais
Com o mundo ao seu redor
Quanta gente a essa hora
Está desamparada
O frio cortando no centro
Velhos, mulheres, crianças
Dormem ao relento..

Sem nexo? Não m'importo
Espero que haja quem se importe
Pois se cada um fizer um pouco
O mundo aos poucos mudará
Pra - melhor - gradativamente.

12- MARIPOSAS, BACURAUS E COTOVIAS

O silvar do vento
Que parece canto
Sintetiza tanto encanto
Que é difícil descrever

Me faz lembrar do tempo
Das noites enluaradas
À beira daquela estrada
Logo após o entardecer

Bacuraus e cotovias
Iniciam revoadas
Enunciam trovoadas
Clarões dos raios no céu

Borboletas formam véus
Ao redor das lamparinas
Festejam talvez a sina
De saírem dos casulos
Pois lá não existem muros
Q'as privem fazem seus céus

Mariposas também bailam
Voam imponentemente
Pros olhos lindo presente
Que'a Natureza oferece

Faz-nos esquecer o  s t r e s s e
Do agito da cidade
Donde em qualquer idade
Não há quem ouse dizer
Que n'alguma vez na vida
Não foi alvo de maldade.

13- UM GESTO SIMPLES

Um gesto simples
Uma palavra meiga
Um sorriso afável
Um abraço forte
Um silêncio para ouvir
Um saber sentir
Um afago n'alma
Um poder servir

Gritar prá que
Se ninguém me ouve
Chorar também
Não faz nenhum sentido
Nem mesmo o vento
Entende o meu gemido
Melhor sorrir
Que faz mais sentido

Mesmo que digam
Que estou palhaço
Me importo sim
Por alegrar o mundo
Fazer sorrir
Alguém em seu cansaço
Me alegra a alma
De um jeito profundo

Qual passarinho
Que contente canta
Mesmo sozinho
Na árvore, na floresta
Fazer sorrir
Quem esteja triste
Meu coração
Se sentirá em festa.

14- ARRIBAÇÃS E MACAMBIRAS

"Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá"
Cantava; lá não mais ví
O latifúnidio arrancou
E sabiá não há mais
O agrotóxico dezimou

Quão triste ver lá nas brenhas
Onde a infãncia passei
Que caatingas não há mais
A ganância as destruiu
Não ví um só pau-pereiro
Daquele torrão sumiu

Arribaçãs que se via
Aos bandos esvoçando
Só se ver se for em sonho
Ou então devaneando
Preás e outros da fauna
Que haviam naqueles anos

Juazeiros, macambiras
Algaves que haviam tantos
Baraúnas, mulungus
Quichabeiras nos barrancos
Não resistiram e sumiram
Causando-nos desencanto.

15- Natureza: cenário deslumbrante

Que cenário deslumbrante
À beira d'uma cascata
De fundo frondosa mata
E um par de borboletas
Voando em pirueta
De inebriar a mente

E o canto dos passarinhos
N'um galho seco o seu ninho
Eles como a vigiar
Sapos e rãs coaxando
Como que nos convidando
N'água também mergulhar

Vendo tamanha beleza
Presente da Natureza
Que dar sem nada cobrar
Me 'indago:
Como é que o homem
Para obter o que consome
Se atreve a tal devastar.

16 - Um tour imaginário

Um navegar sem leme

Um lançar-se em alto mar

Um querer fugi de tudo

Um ir a perambular

Um n'um t o o r imaginário

Um caminhar sem cessar

Um sobrevoar as nuvens

Um sentir-se a flutuar

Um quase sem esperança

Um sem forças pra remar

Um em meio a tempestades

N'um corcel a galopar

Um em plena primavera

Não vê flores pelo chão

Um n'um coração vazio

Um em plena solidão

Um sem ter destino certo

Um seguir sem direção.

17- TEMPO

Eu Já dei tempo ao tempo
Mas o tempo não deu tempo
De entender por que o tempo
Me fez perder tanto tempo
Deixando o tempo passar

E nesse tempo de espera
Não entendi por que o' tempo
Não permitiu que o tempo
Prolongasse mais um tempo
Assim teria mais tempo
Tal qual no tempo voltar

Mas como o tempo não volta
Vou no tempo que me resta
Traçar no tempo outra rota
Pois nesse tempo não fiz
Um tempo pra ser feliz
Vou n'outro tempo tentar.

18- A outra parte

Viver é arte
E na arte do viver
Aprender faz parte
Aprendo a cada dia
Que fiz mau feito
A minha parte

Aprendo que não devia
Querer ser o que não sou
Que meu jeito i n s a n d e c i d o
Que na arte do amor
Não fiz direito a lição
Fiz o meu auto descarte

Que por ser inconsequente
Me envolvi facilmente
Que sempre que investi
Somente eu me envolvi
Faltou-me habilidade
De 'envolver a outra parte.

19- Bobagem sem nexo

"Muito prazer/ meu nome e otário..."
Êxtase para mim cada vez mais raro
Meu mundo é tão deserto
Meu amanha incerto

Pensei ser puro sangue
Sou mesmo pangaré
Caso você quiser
Fugir da melancolia
Afaste-se de mim
Esperance um novo dia

Adendo:

Minha poesia
Não tem pé não tem cabeça
Sem endereço
Sem começo meio ou fim
Palavras soltas
Meus lamentos meus tropeços

Rascunho tosco
D'onde vai parte de mim.

20- Entorpecida Mente

Minha entorpecida mente

Mente

Sente

Os efeitos

Dos meus feitos

Inconsequentes

Deseja

Planeja

Desaba

Impossibilitadamente.

21- À MARGEM

É triste neste País

Andar olhando de lado

Vê tanta gente sentado

Á margem sobrevivendo

Migalhas vão recolhendo

Dos lixões a céu aberto

Há ratazanas por perto

Dividindo as 'g u l o s e m a s'

É triste vê estas cenas

E não poder fazer nada

Estão de cara amarrada

É fácil saber porque

Por não terem o que comer

Deve roncar-lhes os estômagos

Percorrer caminhos longos

Qualquer resto é m e r e n d á v e l

Perverso meio sociável

Vejo tal bem distorcido

Ao menos dessem-lhes abrigo

O minimo recomendável.

22- Agonia

Vento que embala árvores

Quando passas assovia

Peço-te leva-me contigo

Tira-me dessa agonia

Deixa-me daqui bem distante

Quando amanhecer o dia

Quero sentir novamente

Envolto n'alguma magia

Quem sabe possa acordar

N'um mundo de fantasia

Cansado de hipocrisia

Queria adormecer

E acordar no outro dia

N'um lugar bem diferente

Onde o SER valesse mais

Do que o TER qual ocorre

Em cada canto que chego

Percebo que a ganância

Alastra-se qual veio d'água

Quando desce morro abaixo

Aumenta e vai arrastando

O que encontra pela frente

Talvez seja utopia

Imaginar ser possível

Que isso venha a mudar

Porém  pra qualquer destino

Jamais ninguém chegaria

Sem da o primeiro passo

Mas para que isso aconteça

Não se deve arrefecer

Nem reclamar do cansaço.

23- Pra Não Dizer Que Não Falei do Belo

É bom de vê o amanhecer nublado

Vê no cerrado esperança surgir

É bom de vê rebano enfileirado

Tangendo o gado um homem a sorri

É bom de vê gente apressada

Pelas calçadas ao trabalho ir

É bom de vê semblantes satisfeitos

Tendo o direito de lutar assim

É bom de vê um pássaro voando

O céu cortando o seu canto ouvi

É bom de vê as nuvens se formando

Enunciando que a chuva está pra vir.

24- NUANCES

Gente feito formiga

Fugindo da ignorância

Quando iremos perceber

Que muitos a perecer

O fator mais crucial

Não raro é a ganância

Buscam-se incansavelmente

Statos, bens, posições

Não se apercebendo

Que nada daqui se leva

E assim começam guerras

Muitas vidas são ceifadas

Não adiantou de nada

Correr alucinadamente

Se da Terra só se leva

O fruto do que se plantou

Plantem-se pois o amor

Em todas suas nuances

Mesmo que alguém se canse

Por certo na outra vida

Encontrará acolhida

O encontra guarida

Seja aqui Ou bem distante.

25- O Pato

Enquanto você ri

Das piruetas do pato

Na calada da noite

Sorrateiramente fatos

Acontecem sutilmente

Fazem a festa os gatos.

Pareço gato

Sou pato

Oh bicho desengonçado

Gato escolhe seu prato

Já pro pato tudo serve

Qualquer migalha é 'banquete

Só não acata maltrato.

26 Qualquer cantinho
Qualquer cantinho serve: Copacabana, uma cabana, uma choupana ou até mesmo cortando cana; desde que perdure a esperança de que ainda haja possibilidades...

Lasqueira mesmo, é quando temos a impressão de que deixamos no passado, as possibilidades futuras...

Pois...
Cortar a cana
Extrair o caldo
À mão um pão doce
Sabiá cantando
Do meio da mata
Ouvindo sinfonias
Rebanho de cotovias
Recordo aqueles dias
Revivo momentos
Que nem mesmo o tempo
Mesmo implacável
Afastou do peito
O sabor do jeito
Que senti teu peito
Quente, ofegante
Colado em meu peito
Coração pulsando
Eu fazendo planos
Salvo houvesse engano
Sei perduraria
Até hoje em dia

Lá tava morando

27 Fórmula mágica

"Hoje é sábado". E daí? Amanhã, domingo. Depois segunda, terça, quarta... e o tempo vai passando estreitando o tempo; só isso...

... e eu à espreita
mirando pro relógio
pensando se houvesse
um jeito de pará -lo
ou mesmo atrasá -lo
uns 20/ 30 anos
assim faria planos
ou reinventaria
alguma fórmula magica
capaz de abduzir-me
para um lugar deserto
que tivesse por perto
somente uma pessoa
pra mode enfeitiçar-me
fazer-me ri atoa.

28 E no balanço do tempo

E no balanço do tempo
Qual as ondas no mar
Água vai água vem
Sempre pra la e pra cá
Até as pedras se encontram
Menos eu re-encontrar
Aquela paz que sentia
Quando na 'areia do mar
Desenhava fantasias
Sempre a esperançar
Vejo que era utopia
Sei não vou mais alcançar
Gente sorrindo, cantando
Sua alegria esbanjando
Tal qual se vê na floresta
Harmonia qual orquestra
Quando a passarada em festa
Quiçá celebrando a dádiva
Do Criador recebida
Dando-lhes como guarida
A Natureza desfrutar.

Reflete no mar

Procurar não deves
Suprime este anseio
O céu se azul
No ocaso é vermelho
Quando a tarde cai
Reflete no mar
Qual fosse um espelho.

Cacos de ossos

Te sentes belo
Denigres o feio?
Sugiro penses
Nas horas de ócio
Tu e ele
Se tiverem sorte
Serão no final
Cacos de ossos.

29 SAI DESSA, BICHO

"Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando foi justamente n'um sonho q'ele me falou..."

'Sai dessa bicho
Teu tempo ja passou
Nesta Nau
Não há mais espaço 
Para sonhador.
Tenta te adequar
Aos ditames 
Do monstro sistem
Ou terminaras
N'uma de horror.
Lembra-te que o Homem
Tentou alertar
Um dos Seus amigos
Para O entregar
Por 30 moedas
O sistem o subornou
Dista tanto tempo
Da Sua Mensagem
Hoje teorizam
Visão mercenária
Mas a pratica, bicho
Sabes muito bem
Quase só o fazem
Os que menos têm.
É assim amigo
Que a banda toca
E o miserê
Se vê alastrando-se
Milhares, milhões
Vivendo em malocas
Só os mais espertos
Se dão muito bem
Não apercebendo-se
Que é temporal
Tanta mordomia
Pois do Outro lado
O Homem Falou
O que conta ponto
E a Lei do Amor.
Vivida de fato
Não teorizada
Assim lado a lado
Podem se encontrar
Quem teve castelos
Ou viveu ao léu
Como teto Nuvens
E leito as calcadas.

30 Minha lápide/ Cachaça/ Sim

Busco e não desesperanço
Um lugar
Um cantinho
Que mesmo sozinho
À beira da praia
Possa morar
Cansei de ficar
Tentando agradar
Não ser bem sucedido
Acontece comigo
Não sei o por que
De tanto querer
Pareci insano
E o meu desengano
Pouco a pouco aumentando
O tempo passando
Nele eu me perdendo
Hoje me arrependo
De não ter vivido
Fiquei escondido
Fiz do meu mundinho
Uma casca de noz
E em meio a milhares
Me sentindo a sos
Eu e eu mesmo
Um lado outro lado
Cometi o pecado
Só fazer o bem
E espaço não tem
Viver desse jeito
Pois mundo perfeito
Talvez possa encontrar
Quem sabe além mar
N'uma praia deserta

cabeça tiritando; caso ou quando eu dormir e não mais acordar, queiram afixar, este em minha lápide.

Convencido,sim eu sou
Que sou mesmo 2 em 1
O real e o virtual
O primeiro o esquisito
O outro dizem legal
Sou tal qual um livro aberto
Descartam-me no final

Cachaça

Imedível linha tênue
Qual cortina de fumaça
Embaça meu corpo treme
Sera alucinação?
Ou efeito da cachaça?
Bebi - não tenho costume
Pensei esquecesse o tempo
No qual embalava sonhos
Dormi - tive pesadelos
De mim só faziam graça.

Sim

Eu quero revanche
Ao menos uma outra chance
Distraído ibernei
Tarde demais acordei
Não arisco fazer planos

Pois já avisto o outono.

31 ilusão id-ótica/ Paraíso à coronéis/ Tormento
ilusão id-ótica

Uma estrela de brilho reluzente
Formou uma sombra à minha volta
Perecia ser ela vir chegando
Ledo engano! 
Só ilusão id-ótica.

Paraíso à coronéis

Oh 'Ilha' - já disse minha
Sem nunca minha ter sido
Inescrupulosamente
Não germinasse as sementes
Mas fostes - e ainda és
Paraíso à coronéis

Não de patente - somente
Por serem teus mandatários
Da plebe muitos otários
Aplaudem os seus algozes
Quem ousa v e r d a d e a r
Antes que galo cantar
Tem caladas suas vozes
Por suas asas podadas
Disfarçadamente mente
E os mercadores eclodem
Se vis poucos os percebem
São rotulados de e r e g e s
Quem se atreva explicitar
Que das flores , do pomar
Exala putrefação
Pacata população
Sofre acanhadamente
Não reclama, é conivente
Só Deus salva esta Cidade
Dos mercenários vorazes
De tanta esculhambação.

Tormento

Não mais me basta
As sombras que me seguem
Oh! Me carreguem

Antes que louco
Tornem-me
Tal pensamento

Transportem-me no tempo
Este tormento
Sucumbe-me lentamente!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

NUANCES - e outras mais

As Aventuras Fictícias de um  Zemane no planeta ohnos

Por mais que eu tente
Não consigo entender
Por que sou assim
Um sujeito tão desengonçado
Penso em rasgar o verbo
Vomitar tudo que sinto
Mas se o fizer
Sei
Posso vir a ser esculachado
Será sou exceção?
Penso que não
Pois pra manter a etiqueta
Muitos fazem seus mundinhos
Cascas de nozes
E vivem camuflados.

Oh Lua me diz onde anda
Lua Lua amiga
Vai dizer à ela...
Que
Quando estou na roça
Uso luz de vela.

E nem adianta
Tentar se esconder
Se mesmo entre nuvens
Consigo te ver
De dia tentei
Me esquivar - consegui
Mas bastou vir a noite
Pra você surgir
Veio majestosa
Como sempre faz
Resistir te confesso
Não sou capaz
Embrenhada estás
Em meu pensamento
Basta alguém dizer
Que te viu
Novamente embriago-me
Em tua beleza
Minimizo
O meu tormento
Te peço não vá
Fique ao menos até quando
O sono chegar
Sei que dormirei
Mas prometo sonhar
Pois és parte perene
A todo momento.
COMO ÉS BELA OH LUA!

My see is not
pra peixe
mas pouco importa
aprendi - com o tempo
que a vida tem dessas coisas
nem sempre conquistamos
aquilo que a gente gosta
importa sim
continuar tentando
vez em quando é preciso
arrefecer
é melhor perder
do que prosseguir
e continuar se enganando
seguir desbravando
novos caminhos
transpor fronteiras
pois o que buscamos
as vezes
insandecidamente
para outrem
era apenas
mera brincadeira.

Já disse o poeta
"sonho que se sonha só
é apenas sonho"
pra que dá vazão
a algo sem sentido
sentimento. carece
de incentivo
o combustível essencial
para ser movido
e quando se trata
do tema razão
fantasiar
não raro
conduz à decepção.

Ih...
navegar contra a maré é sempre dificultoso; mas se redirecionamos as velas - quantas vezes necessário seja - certamente aprumaremos na direção dos ventos favoráveis...

NÃO!!!

Não aceite mordaça!
Sendo avesso(a)
A intransigente hipocrisia
Irá constatar
Que cedo ou tarde
A dita cuja passa!

Seria bom demais se

houvesse um meio de se viver só de brisa
não pensava duas vezes me mudava pras colinas
mas percebo
é utopia
imaginar
que algum dia
venha a ser a minha sina.

Ah como eu queria... poder gritar pros quatro cantos
com tamanha intensidade
que dispensaria
cem alto falantes
mas o meu grito
fica preso na garganta
tal qual o canto
da ave na floresta
que prende o canto
apenas por perceber
do predador
vultos por entre as frestas.

"Estava mais desenganado/ que o goleiro na hora do gol..." e ainda estou; mas, vou mergulhar - de corpo e alma - no planeta ohnos, quem sabe ao amanhecer tenha algo a esperançar.

VENDO
Que
a madruga tá parecendo um pedacinho do Polo Norte, peço/ rogo à Deus que Dê o frio conforme o agasalho...

Eu só queria
ta o tempo todo perto
isso se chama
ou penso se chamar
carinho
afeto
entender q ser fraterno
é o correto
sem essa de
alimentar o egoismo
ser solidário
é tudo
que preciso
ademais
sei que não é fácil
tal situação.

Amigos & amigas, tenho a gratíssima satisfação de compartilhar com vos outros a alegria de está saindo rumo ao um grande encontro!
Tomara que ela não fruste minhas expectativas...

Lua Lua - minha incomparável companheira nas noites de luar - por que estás se escondendo de mim hoje???

Quantas
vezes eu já disse pra mim mesmo que preciso mudar meu jeito inconsequente de ser mas não tem jeito! Não consigo controlar esse meu querer ser sempre inconsequente.
Pois é... enquanto meus amigos do planeta OhnoS não vêm abduzir-me de volta, vou sair por aí sem rumo certo...

Mais um desencontro casual...
fui à rua
perambulei atoa
parei nas esquinas
em mesas de bares
nos jardins das praçss
a observar
pessoas passando
pra lá e pra cá
mas o que buscava
anciosamente
pois saudade tenho
de vê-la de novo
inda ontem vi
de mim se escondeu
olhei para o céu
e não te vi
oh Lua!

Ela pode ser esmirradinha, descorada, quase quadrada, n'uma centena é considerada apenas como sendo metade de uma, mas que to sentindo uma falta danada dela, é fato...
Cadê minha nota de R$ 50???
Onde diachos eu a gastei que não to lembrando???!!

Por que será que tem muita gente (formadoras de opinião) tentando 'tapar o Sol um uma peneira'? Quais serão os motivos que as impulsionam???

Mesmo sabendo-se que é mera ilusão (retida intimamente) vale muito apensa constatar que - ainda - se é capaz de sonhar.

Seja mais um (a) a se preocupar com as agruras de outrem e dê sua.contribuição para que o mundo seja menos egoísta .

Ah mas que sujeito esquisito sou eu que não consigo assimilar tanta coisa acontecendo e eu sem fazer nada como contributo para a vida de outrem melhorar - é fico a me indagar?!

Bem que eu poderia não está agora no aconchego todo enroscado no meu quentinho sofá e está em algum lugar aumentando/ engrossando o cordão dos que dedicam-se ao mundo melhorar...

Por vezes tempestivo
N'outras um tanto inconsequente
Mas o fato - na real
É que - como você
Me preocupo quando
Percebo que tem muita gente
Precisando que não esqueçamos
Nosso papel como - também - gente.

E nutrir-se
Também de ilusão
Dar à vida
Novo impulso
Pois formatar fantasias
É uma forma ideal
De fugir da solidão.

E se sonhar acordado
Dar asas a imaginação
Sentir apertos no peito
Por certo, será paixão
E a tal da hipocrisia
Com sua limitação
Vir dizer que é pecado
Não dê a tal atenção
Penso não há quem controle
São coisas do coração.

Se acordado penso
Se dormindo sonho
Acordo e novamente
Me vejo a pensar
Não vejo a hora de
Mas sei
Não me convém.

Ontem eu tive um sonho
Quando acordei pra vida real, constatei que não foi sonho e sim utopia
Mas faz parte
Porque há sonho
Que requer arte
E se depender domeu querer
Farei a minha parte
Mesmo que
Correndo risco
De mais um descarte.

Tem dias que as horas passam com velocidade supersônica
Em contra partida, as noites, parece que os relógios parara

Tenho dito: toda forçada de barra para se atingir objetivos, cedo ou tarde trás resultados - no minimo - desconfortáveis.

Bisbilhotar as 'montanhas' de dinheiro que circulam neste País nas esferas governamentais, indus-nos a pensar: quando a coisa pública deixar de ser 'coisa de ninguém' seremos uma verdeira Nação.

Dois políticos que há algum tempo não se viam encontram-se casualmente e eis o dialogo inicial: "vamos tomar alguma coisa pra comemorar?"
O outro: "vamos sim! De quem?"

A vida tem dessas coisas...
Nem tudo que parece é...
um avião à distancia
parece um pássaro
por vezes, vê-se um partido de cana
de longe
de perto são só bagaços
vê-se um pote de mel
de longe
vai-se contudo
de perto
percebe-se que era falso
e assim, vai-se levando a vida
ou por ela sendo levado
pensa-se que tudo tá certo
de longe
de perto, mero fracasso...

qualquer semelhança com a desenvoltura e afinco de alguns políticos em defender os interesses dos seus representados, não terá sido mera coincidência.

Existem situações inexplicavelmente inexplicáveis...
mas quem disse que para tudo tem que existir explicações?
"Quando o navio finalmente... coisas do coração"
não existe razão mas ficar inturido tem sido a solução - pois não é a primeira nem será (penso) a última. Como dantes, também passará...
ou não. até que tava mais ou menos bem, até que percebi tristeza n'um olhar...

De que adianta
Uma casa no campo
Se a noite acalanto
So se ouve o canto
De um bacurau
Se ao menos houvesse
Também cotovia
Amanhecesse o dia
Fazendo sarau

Palavras...
Meras palavras
Agudas ou graves
Duras ou suáveis
Amenas, cortantes
Talvez por instantes
Nos façam voar
Mesmo sem ter asas
Transpomos fronteiras
Ancoramos à beira
À beira do mar
Se estamos sozinhos
Sentimos espinhos
Nos incomodar

Se temos ao lado
Alguém que sonhamos
Construímos sonhos
Nos quais alicerce
Serão fantasias
Belos são os dias
Se do verbo amar
Torna a vida doce
Qual necta das flores
Silvestre mais raras
Colhidas no campo
Ainda orvalhadas
Para ornamentar.

Sei que é mera utopia
Mas...
Sei lá
Por que não
Também
Viver na ilusão
A vida
Também
É fantasia
Assim
Divagamos
Nas asas
Da imaginação.

A vida é mesmo engraçada...
... quanto mais arrastam meu tapete mas entusiasmo tenho em prosseguir a jornada...
... e to vivendo a vida que pedi à Deus, apesar de.

Não pense
Que me iludo mais
Com seu jeito espontâneo de ser
Joga iscas só para flertar
Fui otário não mais quero ser

Não mais mergulho em fantasias
Apesar do seu jeito envolvente
Percebi que só quer snobar
Me parece não tem sentimento

Só porque rosto e corpo bonito
Pensa ser bela qual a sereia
Mas o tempo ira lhe mostrar
Que mui breve ninguém mais falseia

A beleza penso ser relativa
A real tá no cerne da alma
Essa sim sei será perene
Me envolve, convence, me acalma

Sugiro, mude de atitude
Pois talvez possa se dar bem
Mas por tempo quiçá limitado
Algo que a mim não convém

Uma rosa orvalhada colhida ao amanhecer, exibe uma beleza de - penso - incomparável formosura; todavia porém. basta ser exposta as intempéries do tempo por um só dia para tornar-se mero galho comum de árvore.

Mais uma do livro - a ser publicado - As Aventuras fictícias de zemane.

Eu vi
Na linha do horizonte
Um pontinho suspenso no ar
Indaguei-me será que algum dia
Poderei aterrizar lá
E essa busca constante quem sabe
N'uma ilha deserta encontrar


Parece-me tenha sido uma nave espacial - Vi siluêtas de uns honenzinhos tão feinhos, que penso sejam meus parentes.

Além do arco-iris deve haver...
alguma explicação - já que "nada acontece por acaso"; e um lugar tranquilo pra viver...
quem sabe eu consiga pegar carona n'uma calda de um cometa e consiga chegar lá.

Eu gosto

Do cheiro da chuva
Do sabor da uva
Com gosto de vinho
Desse teu jeitinho
Tão inconsequente
De me' incomodar
Eu gosto
Desse teu veneno
Que me deixa tonto
Só em me mirar
Eu gosto
Quando encabulada
Diz que não foi nada
Tavas distraída
Pensando no dia
Só nós dois sozinhos
Naquele lugar.

Eu gosto
De lembrar do tempo
Que fazia planos
Sonhava acordado
Ao menos restou
A recordação
Eu gosto
Mesmo machucado
O meu coração
Utopirizou
Mas não me arrependo
E até entendo
Tua decisão.

Manhã sem novidades
Tarde sombria
Assim é a vida
A gente vai levando
Acerta vez ou outra
N'outras suspense no ar
Deixar o barco rolar
Esquecer a afazia
Será mera fantasia?
Sensato penso seja
Brecar a euforia.

Chuvinha fininha
De leve no telhado
E eu aqui parado
Pensando se a razão
Não fosse obstáculo
Até faria um trato
Mais é fato
Difícil controlar
A voz do coração.

"Eu tenho medo medo muito medo..." de vê tudo transparente e ser apenas ilusão de ótica: ir com tudo e bater com a cara n'um vidro e cair de costas.

Vez por outra surpreendo-me assustado: será que to prestes a contrair a síndrome da irracionalidade?

Na dúvida, penso seja preferível recuar, a. prosseguir e acumular mais uma decepção.

Como disse o Divino Mestre de Nazaré "Quem não tenha pecado atire a primeira pedra"

Mas
Nesta madrugada
Havará chuva de estrelas
Quem sabe ao menos uma
Venha em minha direção
Traga-me respostas
Para alguns dos meus dilemas
Pois já não tá tão fácil
Viver só de ilusão

Isento-te de culpa
Oh tempo implacável
Pois sei que estais
Cumprindo o teu papel
Assumo sem maguas
Pois sei fui irresponsável
Indo ao pote
Pensando houvesse mel

O mel havia - e ainda há
Mas parece ser do necta
Da flor de maracujá
Mira-la somente
Eu sei é deslumbrante
Porém se toca-la
Penso seja cruel.

 E assim, prefiro
Cultivar meu desengano
Não mais fazer planos
Ser mero caminhante
Pois sempre que tentei
Concretizar meus sonhos
Meus castelos de areia
Vi-los desmoronar
Qual torres de babel.

Se é fato

Contra o fato
Não há argumento.
E se envolver magia
Mera utopia
O contra senso penso
Seja
Total
Perda de tempo
Tentar
Ficar buscando explicação
Sobrará lamento.

Singular é a beleza

De uma flor de maracujá
Veja
Mire-a
E mais e mais
Irá se deslumbrar
Mas não a deve tocar
Pois perceberá
Que pouco a pouco
Ela tenderá
Murchar.

Será que vou conseguir? 

Vou tentar tentar
Quando a noite chega
Aumenta a tormenta
Pois perdi tempo
Tentando entender
Assim é o viver
Mistério talvez
Inexoravelmente
Quando a gente sente
Que passou a vez.


Tenho que admitir: não consigo viver sem ela! Tão pequena, tão - muita vez - despresível, tão fomentadora de contentas, tão tão tao - N adjetivos poderia acrescentar, mas... não consigo viver sem ela... pense n'uma danadinha cativante. e necessária? A tal da notinha de cem rais.

Estrelas cadentes 

Elas, cortavam o céu e partiam
Eu, se pudesse ir com elas, ia...

".Ô tempo baun quando eu pulava da rede as 4 da manhã e ia - sob a chuva de estrelas - arrebanhar as vacas pru currá e tirar o leite. A parte melhor, era que'eu já levava n'um borná, uma cuia com rapadura raspada pra botar o leite (direto do peito da vaca na cuia) que a espuma se'esparrama...

e ao bebe-lo, chega fazia bigode (de espuma) e melava a venta.

Eu quero

Uma cuia maior
Pra botar o leite
E não se derramar
Mas traga ao invés de açúcar
Uma rapadura e um piuco de fuba
Mas não passe da porteira
Pendure debaixo do pé de joa
Tenha bastante cuidado
Pois na gaia acima
Tem metéro a tuia
Ao lado da cancela
Aqui nesse currá...

Mas...

Menina
Quero te pegar no colo menina
Quero te cobri de cheiro menina
Te fazer um chamego menina
Descobri teu segredo menina
Por que fica me'inspiando menina
Com teus oi pidão assim menina
Quero matar teu desejo menina
Chega de desassossego
De amor vamos se lambusar

Não sei se isso é fetiche

Ou algo transcendental
Cada vez que vejo a Lua
Qual um ponto 'marginal'
Penso se houvesse um jeito
De pular daqui pra lá
Não pensava duas vezes
Faria agora - já
Quem sabe lá encontrasse
Um espacinho legal
E você lá.

E você tivesse lá..... beba/ pois a água viva ainda tá na fonte..." e brinque com a vida/ se você não brincar com ela/ ela brinca com você/ e o que é hoje/ amanhã pode não mais ser...

pois, "a vida é mesmo essa aventura da qual não sairemos vivos..."

A cada dia que passa - ou se passa - tenho mais certeza: ser normal não é normal; deve ser por se está em desconformidade com a humana natureza.

Quando se quer está o tempo todo perto de uma pessoa e a vê como se fosse o coringa do baralho o que significa isso?

- Ilusão id-ótica.

Se você está sozinha

Pensando: porque?
Como é que pode?
No Mundo existem
Quase 6 bilhões de pessoas
Muitas por aí atoa
Outras tantas
N'uma boa
Não alimente tal dilema
Nem fique lamentando-se
Sentindo de si mesma pena
Por - ainda - não ter
Encontrado sua alma gêmea
Você não está sozinha
Nesta encruzilhada
Quantos depois
De ter trilhado longa estrada
Outras tantas tentaram
E mesmo assim deu em nada
Quero que saiba
Que estou aqui
Para lhe transmitir
Alto estima
E dizer: não fique assim
Eu tentei
E depois descobri
Que depois de algum tempo
Alto iludindo-me
Percebi que devo
Continuar sorrindo
Apesar de ter tentado
E até criado meu
Próprio mundinho
Também como você
Penso do meu jeito

Continuo aqui sozinho

Se acordar e logo perceber que o mundo acabou, não me'importo pois tenho a certeza que nada mudou; até porque como posso me'importar se dormindo estou? Não fosse assim, quando acordasse perceberia que nada morreria, se morresse por amor.


Faça vista grossa! Enquanto isso sob as 'bênçãos' da Lua, muitos fazem festas com verbas que poderiam ser deles e suas.


Penso seja tosco, o futuro de um povo que ACOVARDA-SE ante dilapidação do dinheiro público - sejam quais sejam as esferas envolvidas.


Não fazia parte dos meus planos

Tava ruim mas tava bom mesmo assim
Por que? Por que? Por que?
Já estava consciente
Que devia ser para comigo
Coerente
Mas, ah esse mas
Se encontrasse mil palavras
Para tentar esclarecer
Tanto quer
Ineficaz
Eis um termo
Contundentemente
Perspicaz.

Existem vícios e vícios; e o mais viciante/ tormentista penso seja o que almejamos mas não depende apenas da nossa vontade. Muita vez, o fato de apenas pensar é deveras torturante...


Então vamos?

Sair por aí
Pegar uma estrada
Não importa o destino
Contanto que haja
Possibilidade
De encontrar um canto
N'um canto qualquer
No qual não queiramos
Saber data ou hora
Pra que calendário?
Ou relógio também
Se me fazes bem
Peço ajuda a Lua
Pra recomeçar
Fazer nova história.

Passar por palhaço - sem sê-lo

Parece ser o meu forte
Se ao menos fosse de fato
Talvez tivesse mais sorte...

Eu só queria que você soubesse

Que não me'lmporto com MEU jeito de ser
O importante é tentar viver
Contentando-me com o que tiver de ser.

Fosse eu tão gracioso

Qual o jeito de um saguin
Talvez não fosse imbecil
De postar/ escancará
Sem medo se vão pensar
Se sou louco ou coisa assim.

Pensando bem

Acho que não sei
De fato o que eu quero
Talvez sair por ai
Sem destino certo
Sem rumo
Quiçá
Desvendar este misterio
Sempre tentei
Mas esbarrei
Fui descartado
Não encontrei
Não me dei bem
Sempre me frustei
Não consegui
Perenizar
O que mais quero.

Imaginando

Fosse de fato
O que aparento em minha fisionomia
Talvez seria
Tão bem tratado
Quanto um macaco com sua meiga magia.

"Presentemente posso me considera um sujeito..." absolutamente desnorteado/ não sei se to 1/2 demente/ ou se são coisas da idade/ pois não consigo entender - assimilar/ o por que de tanta permissividade.


Invadiram seu bolso

Pois é meu povo!
E você aí parado
Passivo, sofrendo
Enquanto você se cala
Pouco a pouco

O rombo vai crescendo...

De zero a 100 em um segundo

Ou visse vessa
Assim sou eu
Bipolaridade a flor da pele
Um turbilhão de euforia
Ou um poço sem fundo
De tédio
Basta para tal
Um sonho ou um afago
Ou por outro lado
Uma brecada no meu ego.

Mas, deixa pra lá!
Quem quer saber
Se outrem tá 'vazio'
Ou se esbanja

Euforia - fala sério!

Quando se pode não deve
Reza a vã filosofia
Que modelo mais carrasco
Onde impera hipocrisia
E o tempo vai passando
Pouco a pouco vai morrendo
Sonhos de viver de fato
Não só se morre uma vez
Mas um pouco a cada dia.

II

Desejo contido
Suprime alegria
E quando a noite é fria
Respinga no peito
Se não tem mais jeito
De conter a paixão
Foge-se da razão
O tormento é voraz
Não se é capaz
Sofre coração.

III

Madrugada fria
Aumenta a tormenta
A massa cinzenta
Torna-se insensata
Machuca, maltrata
Qual uma cascata
À beira de 'um abismo
Não tem bom juízo
Se na solidão.

IV

Lá vamos nos
Eu e eu mesmo
Contenho o desejo
Pra não ser demente
Este aperto no peito
Ecoa na alma
Qual fogo em brasa
Entende quem sente.

V

Eu quero!
A liberdade de voar sozinho
Furar as nuvens se preciso for
Cansado estou de tanta hipocrisia
Fazem piada se falo de amor.

Se calmaria ou tempestade
Nuvens escuras povoam o Céu
Independente de sua vontade
Vou à colméia e colho meu mel.

Só de mirar teu corpo moreno
Revivi momentos outrora vividos
Do jeito calhiente com que me tocavas
Teu beijo ferino quase veneno.

O termo "o pecado mora ao lado" - penso - mudou: mora na tela do computador.
Bem como mudou o conceito de amizade. Muita vez quanto mais distante (geograficamente) mas se é amigo de verdade.
Há amigos/ estranhos - se não vizinhos - mas morando na mesma cidade - quanta complexidade...

Saindo do sério...
... e fugindo
um pouco da realidade
vou tentar por algum tempo
não abordar temas
que aflijam a cidade
postarei ao menos hoje
minhas divagalidades
porque
não apenas penso;
eu tenho certeza:
Deus existe -
e vai me mostrar um meio
de sair deste lugar
(nem que mui brevemente retorne)

quando as 'águas baixarem'...


1/2 - ou quase - 100 querer/ fui ficando/ 1 tanto 10locado/ mas descobri - talvez a tempo/ que nada (ou quase) é 4ever.

Ontem decidi 'furar a noite'
Adentrei no meu carro
Dei a partida
Rodei sentindo
A brisa bater no meu rosto
Não sei de que mas senti o gosto
Saliva doce - quiçá rememorei
Do gosto de amora
Que tinha teu beijo
Vê se volta
Mata meu desejo
Pois pelejo
E não posso esquecer
Daquele tempo
Á beira da lagoa
Nos atoa
Isso'é que'era viver
Hoje resta somente
A lembrança
De um passado
Perdido no tempo
Dos momentos
De plena euforia
Que bem sei
Não viverei jamais
Tanta paz
Sei seria utopia
Não combina

Com meros mortais.

Se

Não fui bom roteirista
Redigindo o espetáculo
Que o tempo me confiou
Devo tentar um atalho
Não sair de vez de cena
E sim ver se vale apena

Quiçá não mais ser otário.


Um sonho: ancorar n'um lugar deserto - distante de tudo - quiçá uma ilha deserta na qual haja abundancia de vegetais (alimentícios pois ainda não aprendi a me alimentar apenas do ar que respiro - pois por aqui em meio a dita civilização cada dia que passa, me sinto mais e mais, um peixe fora d'água.


Eu só sei que - tomara temporariamente - preciso de guarida, pois olho pr'os 4 cantos e não. vejo uma saída...

Venha logo amiga

Não m'importaria
Se fosse traiçoeira
Se já não há remédio
Se sou visionário
Tentei ser coerente
Talvez seja pecado
Querer mudar o rumo
Desta Nau insandecida
Penso seja saída

Fugir de vez do tédio.


Sou pequeno
Sou minusculo
Neste imenso Universo
Fragmentos de poeira
Fagulha solta no ar
Aguardando o tempo certo
De na calda de um cometa
Alguém possa de repente
Como que n'uma estrela
Cadente porém ligeira
Passe pra me resgatar.


Mas quando - e se - esta nuvem passar

Quero n'algum lugar

Ao amanhecer

Acordar com o Sol

Olhar e perceber

Na linha do horizonte

Que inda existe espaço

Para quem como eu

Acreditou em sonhos.


Sendo assim

Penso ser melhor
Sair por ai
Sem destino certo
Amanhecer
N'um canto qualquer
Tomara à sombra
De um arvoredo
Vendo ao lado
Uma cascata
E passarinhos
Fazendo serenata
Me iludir
Pensar ser pra mim
Este sim

Será bom à bessa.

Ta tudo muito bom/ Ta tudo muito bem/ Mas realmente/ Mas realmente/ Pouca coisa - ou quase nada - realmente presta/ quando esperar/ quando esprerar - sem esperançar/ o tempo passar/ o tempo passar/ é o que de fato me resta...


Incomoda-me a noite

Fria e insens~ivel
Ao menos fosse na roça
Onde tudo é permissível
Pirilampos alumiam
Corujas e bacuraus
Cantarolam qual sarau
Completando a sinfonia
Cotovias bem viziveis
Voam pra la e pra cá 
Mariposas fazem festa
Majestosas a voar
Parecem a harmonia
À nos outros ensinar.

Asas à imaginação:


Manhã de sábado

Voltei ao Pau Pombo
Apesar de o Sol brilhar
Vejo jeito de outono
Já não me contagia
Tal qual era outrora
Guardo na memória
Momentos vividos
Se perdeu no tempo
Sei, não voltam mais
Ou não sou capaz
Já não sinto abrigo.

II


Contentar-me-ia

Com um lugar deserto
Houvesse por perto
Apenas arvoredos
Não sentiria medo
Tivesse também
A presença de alguém
Que fizer-me o bem
Não deixar-me
Dormir cedo.

Tente

Seja você mesmo
Faça diferente
Faça o seu mundinho
Como consequência
Não se surpreenda
Sentir-se isolado
Você procurou
Você escolheu
Você construiu
Agora contente-se
Se acabar sozinho.

E não adianta

Sonhar novamente
Já fez sua marca
Quando te rotulam
Ninguém quer saber
Qual foi o motivo
Que te fez assim
Pois este modelo
De sociedade
Todos contra todos
É realidade
Vive-se de aparências
E costumeiramente
Desdenham, massacram
Dispensam, excluem
Quem ousa o novo
Restringe os espaços
Pra aquele que pensa.

E...

esta dor aguda
arranchada em
meu peito
penso
não tem jeito
de
desarranchar
lembro
aquele lugar
aperta
ainda mais
o tempo
leva e não trás
de volta
aquela paz.

Quanta saudade...

Das noites na roça
Do fogão de lenha
Da.sardinha assada
Espanta vizinho
Da farinha seca
Do sabor do beijo
Daquela cabocla
De sorriso franco
Do afago meigo
Das noites de lua
Do canto inocente
De uma cotovia
Que nos acordava
Ao amanhecer

Gente feito formiga
Fugindo da ignorância
Quando iremos perceber
Que muitos a perecer
O fator mais crucial
Não raro é a ganância
Buscam-se incansavelmente
Statos, bens, posições
Não se apercebendo
Que nada daqui se leva
E assim começam guerras
Muitas vidas são ceifadas
Não adiantou de nada
Correr alucinadamente
Se da Terra só se leva
O fruto do que se plantou
Plantem-se pois o amor
Em todas suas nuances
Mesmo que alguém se canse
Por certo na outra vida
Encontrará acolhida
O encontra guarida
Seja aqui Ou bem distante.