SEM NEXO
Mais uma taça de vinho
A garrafa está quase vazia
Miro por sobre telhados
Garôa fininha, conduz-me a tempos idos
Bem vividos? Nem tanto...
SEU PERFIL
Encontrei por acaso seu perfil
Seu sorriso como dantes radiante
No olhar o vigor primaveril
Com o viço inerente dos amantes
Te confesso no tempo viajei
Relembrei dos momentos a teu lado
Como é triste essa tal realidade
De não mais reviver nosso passado
Inda lembro na escola te levava
No portão ficávamos a conversar
Quantos planos fazíamos sem saber
Que o destino fosse nos separar
Quando então nas festas do Padroeiro
Te esperava na porta da igreja
Como é doce relembrar o amor primeiro
Ser eterno imaginamos ser certeza
Que saudade das tardes na lagoa
De barquinho a gente passeava
Quando perto passava uma canoa
Lembro ao vento teu cabelo esvoaçava
Quando o Sol, se escondia atrás dos montes
Vinha a brisa com o aroma da floresta
E a Lua a surgir no Horizonte
E a passarada a cantar fazia festa
Hoje só me restou recordação
Das façanhas dos tempos de outrora
Dói na alma essa desilusão
Enrizada num cantinho da memória.
QUEM ME SERA
Poder fotografar teu coração
Desnudar teus anseios e segredos
Descortinar o porque de tantos medos
Desenhar nele o rubro da paixão
Da tua boca quando fala alegremente
Pudesse ler cada palavra que sussurras
Traduziria cada gesto cada esboço
Desvendaria o que se passa em tua mente
No teu sorriso de marfim incandescente
Feito miragem no deserto do meu eu
Qual a abelha a sugar da flor o n e c t a
Mergulharia nesse teu favo de mel
E nos teus lábios carnudos palpitantes
A inundar meus sentidos mais fugazes
Qual passarinho que canta enquanto voa
Me sentiria qual tivesse lá nos ares.
LOUCA MAGIA
Noites e noites
Ando de um lado pro outro
Pra não ficar
Me contorcendo no sofá
Pensando nela
Um sentimento tão profundo
Que não é raro
Vê meu corpo a delirar
Desejo insano
Pois sei que é proibido
Me escondo dela
Quando sei que vai passar
Cabelos soltos
Esvoaçando ao vento
Como a dizer
Que está a me chamar
Meiga senhora
Teu sorriso estonteante
Louca magia
Em segredo vou te amar.
VEM
Voaremos além do horizonte
Quem sabe ver de perto o por do sol
Deixando para a noite e seu encanto
Quando ele se esconde atrás do monte
Navegaremos na cauda de um cometa
Vizinhos seremos de uma estrela
Faremos lá na lua um ranchinho
Um abrigo seguro sem fronteiras
Partiremos ao romper d’aurora
E uma orquestra um coral de passarinhos
Como que acompanhando nossa história
Saudará a beleza dessa hora.
QUANTAS VEZES
Quanta vez em pensamento
Já despir teu sentimento
Já sentir teu coração
Já vivi mil fantasias
Já amanheceu o dia
E eu envolto em solidão
Já vi teu rosto na lua
Já vi teu corpo molhado
Já fiquei extasiado
Qual fosse alucinação
Já divaguei pelos campos
Já me esparramei na relva
Acordei
Foi só um sonho
Foi só imaginação.
O ser poeta - ou metido a tal como eu - é ser contumaz mentiroso: quando narro que estou na solidão, tô sempre bem acompanhado: das lembranças. Relendo alguns poemas - sem nexo - que escrevi e, pensei: foi só uma forma de 'respirar' nas vezes que encontrava-me no 'deserto'.
domingo, 6 de novembro de 2011
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
*Palavras: meras palavras... e tantos outros
Palavras
Meras palavras
Embalam
Agridem
Acariciam
Torturam
Despertam
Dispersam
Encorajam
Inibem
Desencantam
Decidem
Libertam
Sufocam
Educam
Amedrontam
Sugerem
Exigem
Constroem
Desmontam...
O ser poeta - ou metido a tal como eu - é ser contumaz mentiroso: quando narro que estou na solidão, tô sempre bem acompanhado: das lembranças.
SAUDADE DA ROÇA
Sinto saudade da roça
Onde há sinceridade
Diferente da cidade
Onde é raro se encontrá
Alguém que preze o valor
De uma grande amizade
Na roça é todos por todos
Ninguém se acha melhor
Didive as coisa da Terra
Milho, feijão ou farinha
Dos pobre todos têm dó
Na cidade é difícil
Vê alguém se importar
Cm os murmúrios dos outros
Só se quer é se arrumar
Quem quer saber se o outro
Vive a se lamentar
Eu inda era menino
Mas já prestava atenção
No modo de vida simples
Do povo lá do sertão
Onde era todos por todos
Ninguém reclamava não.
LUA BONITA
Lua bonita
Com teu manto prateado
Vê se traz algum recado
Lenitivo a minha dor
Sei se quizeres
Meu desejo saciado
É só trazer pro o meu lado
Novamente o meu amor
Se assim fizeres
Sempre vou te agradecer
Pois perdí meu bem querer
Lá pras bandas do Sudeste
Vim pro Nordeste
E não mais tive alegria
Só alguma fantasia
Tentando esquecer o dia
Solidão ninguém merece.
LÁ NAS BRENHA
Lá nas brenha onde morei
Se um vizinho dizia pro outro
"Tô em dificuldade
Tem algum pra mim' emprestar?
O outro: não tenho não
Mas pode esscolherer uns bodes
Umas galinha, uns porquinhos
Uns garrotes
Umas sacas de milho e de fejão
Você vende e se a r r i m i d e i a
Depois que as coisa melhorarem
Então você vem me pagar
Na cidade é diferente
Cada qual tem olho maior
Ninguém não quer nem saber
Se o outro está na pior
Se puder fura os dois olhos
Pra ficar reinando só
Desculpe ser tão grosseiro
Nas minhas poucas palavras
Mas é que vi uma cena
Homens perto lá de casa
Um querendo 'engoli' outro
Que sequer se lamentava.
BREVE DEVANEIO
Devaneiar é preciso
Faz bem e nos revigora
Tal qual fosse um oceano
Que se'esconnde no Horizonte
Nos transporta a outros cantos
Que fomos felizes outrora.
CORAÇÃO E MENTE
Vez por outra ouço a mente
Que muitas vezes me mente
E seduz meu coração
A crer que assim de repente
Encontrou a alma gêmea
Era quimera somente
Nas cores do arco-íris
N'uma tarde de verão
Deixou-se apaixonar
Imaginou que solidão
O tempo levava embora
Ao vento na imensidão.
Uma das mais saborosas sensações de liberdade que eu conheço é flagrar meu coração feliz sem precisar de nenhum motivo aparente.
Quero mais sinceridade, quero mais paz, quero mais harmonia, quero mais diversão pelas coisas simples,quero ouvir o canto dos pássaros..
Quero poder olhar pro céu sem prédios me atrapalhando, quero acordar com o sol batendo no rosto, quero mais, muito mais.
Quero sorrisos sinceros. Doces sorrisos que vêm involuntariamente depois de ouvir um "eu te amo" de quem se gosta. Quero cafuné...
Quero abraços apertados pra matar a saudade. Quero lágrimas sinceras de alegria. Quero sentir o vento levando meu cabelo. Quero sentir a chuva.
Não desista vá em frente, sempre há uma chance de você tropeçar em algo maravilhoso!
E a gente vai à luta e conhece a dor. Consideramos justa toda forma de amor
CU'MERA A VIDA NO SERTÃO
Sou matuto sou brejero
Me criei nos cafundó
Sou sertanejo da gema
Das banda do Igapó
Lá quando o Sol á apino
Castiga a pele sem dó
Campiei gado nas brenha
Ranquei tôco fui carreiro
Morei em casa de taipa
A dispois fui ser olêro
Fiz tijolo até fiz teia
Pás galinha fiz pulêro
Num fiz teia cuma aranha
Mas pá cubrir os celêro
Donde guardava os provento
Trabaio dum ano intêro
Tombém pá fazer tapera
Qui'abrigava os cumpanhêro
Nos tempo de truvuada
As gotêra pretubava
Pingava pru todo lado
Nos cantinho nois ficava
Seu minino num lí conto
Ocê difíce acredita
A vida de sertanejo
Até parece desdita
Mai juro q'era assim mermo
Quem viu de perto acredita
Nos tempo de verão brabo
Nas catinga eu m'infiava
Mandacaru pú rabanho
Era o qui a gente incontrava
Os bichin cumia tanto
Qui as veis até se babava
Iscola num tinha lá
Vim istudá quando grande
Não no sintido de artura
Pois piquenin inda sou
Mai falando de idade
Cuma dizia vovô
Mermo assim istudei pôco
Pois quando vin pá cidade
Ví tanta muir facêra
Qui mingracei de verdade
Poquin aprendí a ler
Ess'é a pura verdade
Discurpe as tanta trronchura
Qui rasbiquei nesses verso
Mai achei qui era bom
Contá pá todo Universo
Qui a vida de sertanejo
Era assim mermo eu confe
Meu povo mim dê licença
Pá mode me'apresentar
Sou matuto lá das brenha
Das terras dos carua
E careço de sabença
Pá mode me'expilicar
Mas se me dé atenção
Das coisas do meu sertão
Pá voismicês vou falar
No sertão num tem'ispritá
Nem dotor nem infermêra
Se a muier vai parí
Nóis vai buscar a parteira
Quaje sempre madrugada
E ela vem acumpanhada
De arguma resadêra
Pá rezá de má uiado
Tombém de argum qebrado
Qí gente de ôio grande
Butô no recenascido
Ante de cortá u'imbigo
Priviní nunca'é dimais
Se u bruguelo for franzino
Ranzinza e disnutrido
A partera sabe logo
Derna'o premêro gimido
E manda aprepará logo
Prú bichim argum cuzido
E pá arrefoçá
Reune trêis rezadêra
Tudim da cama na bêra
Cumeça logo a rezar
Ôtas vai aprepara
Chá de casca de madêra
Seu minino se'eu lí conto
Uncê mim diz qé buato
Mar mim'espere um bucadin
Qí lí nararei uns fáto
Qí acuntece merma assim
Lá pu'as banda do mato
Os cafundó é dotado
De rezadêra sabida
Qí reza in qarqé duença
Das qí ixiste na vida
E cura bem ligerin
De caganêra a firida
O sinhô mim acridite
Qí'um dia surgiu um cába
As feição era tão feia
Quiném qí coisa macábra
E né qí'as véia evitô
Qí disarrumace ar'mála?!
Pelas feição do sujeito
Paricia apreparado
Pá viajá sem demora
Pois tava bem matratado
Pá cidade de péjunto
Quem vai num dêxa recado
Mar as meizinha apreparada
Lá pás banda do sertão
Parece inté milagrosa
Ninguém num duvide não
Alevanta bicho-bruto
E até mermo cristão
A vida lá num é face
As casa são de sapé
Acridite no qí digo
Qí as vêis farta inté
Caçola qué pá cubrí
Os pissuído das muié
Ôto dia chegou um
Tava cun'a dô no vão
Lí passáro uma meisinha
E num cobráro muito não
Qí poucos dia adispôs
Paricia um cidadão
E pú falá nim meisinha
Inxiste um véio Missia
Qí agarante o qí faz
E nele tudin cunfia
Né qí u abençoado
Faz inté um marmelado
Feito cum leite de gia?!
Se'u caba vem das caatinga
Cu'um tái na pôpa dos pé
Se o véi num tem imbé
Faz cum carrapatêra
E chá de muleque-duro
Mode curá caganêra
Caganêra quem num sabe
É Pirrite, disinteria
E pá curá a morróia
A cocêra no bocá
Na bôca do semvergonha
Tome chá de papaconha
Qí' agaranto se curá
Pá curá dô de pancada
A casca de aruêra
É uma das indicada
E a catingêra-rastêra
É Remédio de primêra
Pá qem já
Num Fáis mais nada
Hômi pá num ser tachado
De curandêro é mió
Eu ir parando pruqí
Pois a tá da medicina
Num adimite êsses dom
ANSEIO MEDONHO
Vidas sem vida
Sonhos sem sonhos
Mentes disprovidas
Esperança ausente
Fazem do presente
Futuro sem glórias
Caminhos inóspidos
Estradas desertas
Pântanos sombrios
Sem vejetação
Coracão vazio
Onde houve rio
Vendaval passou
A margedeixou
Quanto desvario
Navegar sem leme
Sonhar mais um sonho
Flutuar nas nuvens
Transpor dimensões
Pousar noutra nau
Quem sabe por lá
Possa me encontar
Que anseio medonho
Por mais que eu almeije 'imitar' o sábio, mais medíocre me percebo.
Se nessa existência não alcansei as metas almeijadas, deixo escrito meus êrros; quem sabe assim, sirva ao menos de 'espelho'.
Fixar-se no amanhã a pensar o hoje, é certeza de lamentar-se o ontem não vivido intensamente.
A vida não resume-se em meros momentos. Todavia, há, em meros momentos, resumos memoráveis em muitas vidas.
Ousar faz parte de quem sonha acordado. Por certo no futuro há de ser lembrado. Mas que no presente, tende a ser esquecido.
SENSATA MALUQUÊZ
Minha maluquêz mais senzata
É sempre maluquear
Sem comtudo
Perder o equilibrio
Será que consigo?
Se observar-mos bem, perceberemos nos olhos - para muitos inespressivos - dos desprovidos da sorte, a desesperança escancarada
Muita vez, a gente pensa que conhece alguém, quando de repente, numa frase ou até mesmo numa palavra, muda-se o conceito que tinha sobre esta pessoa.
O outono passou, a Lua resurgiu magestosa e imponente. Pena que no meu peito, o outono persiste...
"Depois da tempestade vem a bonanza". O dilema é, que raramente, tempestades por onde passam, não causam danos...
Amar, eu amei. Tanto que esqiecí de mim mesmo. Quando me dei por conta, tarde demais; não ha mais 'espaço'.
No imenso palco da vida, ao invés de memorizar-mos as comédias, preferimos 'salvar' na memória, os dramas
Os momentos mais felizes que armazenamos n memória, são aqueles que apenas gostaria-mos de ter vivido
LEMBRANÇA
Cortante qual o fio da navalha
Dôce qual favos do mais puro mel
Menina/mulher
Sôbre aquele muro
Sorriso tão sincero
Qual um pedacinho do céu.
Como adjetivar um sentimento, quando se guarda na memoria um olhar, um sorriso, um gesto simples que nem o tempo conseguiu apagar?
Perspective o amanhã, sempre mais positivo do que conseguiu realizar hoje. Pensar positivamente, é o primeiro passo rumo ao êxito.
Felicidade: para uns, mansões, viagens, carrões, cruzeiros maritimos. Para outros, saúde, um teto, um trabalho, comida na mesa.
Se não se consegue ser ator/atriz principal, tentar fazer o melhor como coadjuvante, é a melhor opção.
O melhor do dormir, são os sonhos. Nêles, o sorriso franco ofusca o poder, o dinheiro, as diferencas. Sonhar é viver no paraiso.
Se os sonhos não fossem meras fantasias, o viver na Terra, seria tal qual viver num paraiso.
LIBERDADE DE ESCOLHA
Liberdade de escolha
É facultada a todo ser
Optar viver no bem
Basta somente querer
Construir um mundo novo
Sempre a cada amanhecer
Eu explicito: aguardando a proxima. Implicito: fantasio um amanhã de luares primaveris e horizontes com estrelas reluzentes.
PALAVRAS
Palavras...
Simples palavras
Amenas
Cortantes
Insanas
Dementes
Produz lenitivos
E as vezes venenos
VERDADES QUE SÃO MENTIRAS
Mentiras que são verdades
Verdades que são mentiras
Sinceridade escaceia
Quando impera hipocrisia
E a gente faz de conta
Deixa o vento nos levar
Mascara
Qual barco desgovernado
Nesse mundo de magia
Utopia imaginar
Que havera sinceridade
Pois alasta-se qual capim
E prolifera a maldade
Em todo lugar existe
Quem cultua vaidade
Liberdade de escolha
É facultada a todo ser
Optar viver no bem
Basta somente querer
Construir um mundo novo
Sempre a cada amanhecer
CORPOS NUS
Corpos nus
Qual néctas afrodisiacos
Como a incentivar libertinagem
Seus promotores
Ficam cada vez mais ricos
E a massa insana
Embriaga-se nesse circo
Não percebe
Que é ela o palhaço
E a insensatêz
Vai conqistando mais espaço
Pornografia
Escancarada invade os lares
Sob aplasos
Dos incautos cidadãos
Apologia
Às drogas contagia
Pouco há pouco
Toda uma geração
Pretexteiam
Liberdade de expressão
Pulverizam permissividade
Em tenra idade
É praxe perceber-se
Adolecentes
Induzidos à bandidagem
Não entendo
Como a socidade
Não se opõe
A um modêlo deprimente
Que patrocina
Êsse espetáculo indecente
E nesse imenso
Palco que é a vida
Cada ato
A cada dia
É mais macabro
Agigantam-se
As peças onde os focos
São os jovens
Que inconscientemente
São conduzidos
Qual boiadas pros cercados
Os olhos nao falam, nao mentem, nao calam. Mas emitem sinais inconfundíveis contidos no âmago da alma.
CASTELOS DE AREIA
Luz que reluz
No âmago da alma
Gotículas de mel
Que adoça o existir
Fonte enegética
Revigora e me acalma
Quando miro esse olhar
Meu peito quer explodir
Esse olhar feito flecha
Que ocupou fortemente
Um espaço em meu peito
Igualmente em minha mente
Sei, és apenas um sonho
Uma utopia por certo
Sei que estas bem distante
Mas te sinto aqui bem perto
Transformando em oásis
Encanto e até magia
O espaço em mei peito
Que estava tão deserto
Essa insana magia
Talvez seja delirante
Faz-nos enveredar
Num mundo de fantasias
Constroi-se até castelos
Mesmo sendo d areia
Que bela filosofia
Amor, algo tão puro
Setimento que aflora
No peito, no coracão
Quando se ama de fato
Se é vulnerável sim
Se esquece a razão
E mão confunde-se
Com paixão
Ha momentos que o vazio é tão intenso, que tenho a impressão de ouvir o eco do meu próprio pensamento.
AH TEMPO...
Tempo; ah tempo...
Faz o olhar perder o brilho
A pele perder o viço
O corpo perder desptrêza
Ah Natureza...
Repleta de beleza
Ah tempo...
Fazes fôscos sonhos dourados
Nublêias dias ensolarados
Frustras anseios acalourados
Impoe-nos ressentimentos
Ah tempo...
Mostras-nos as mararavilhas
Mas também realidades sombrias
Apogeus dos eleitos
E a realidade cruel e nua
Dos que moram das ruas
Das fases da vida, a mais marcante, é a que somos meio patetas; quando nos apaixonamos.
MURALHAS
Tal qual as ondas no mar
Começam em calmaria
Mas ao soprar do vento
Aquecem-se somam enegias
Antes de atingirem as praias
Muita vez já veem bravias
Assim pulsa o coraçao
Ferve o sangue a bombear
Oxigênio nas veias
Impulsiona a formar
Paredes mais que sao frageis
Muralhas
Prestes a desmoronar
Ha situacoes nas quais, se ter pela metade, é, indiscutivelmente melhor, nao se ter.
Vez em quando, metaforizar é preciso, porque faz parte. Hopocrisias, de um sistema farçante.
CARCARÁ
Nas entre-linhas dos versos
Desnudo o meu pensamento
Pego carona no vento
Desbravo florestas, mares
Dos pássaros ouço os cantares
Das flôres sinto o aroma
Na relva olho o orvalho
Na roça um spantalho
Que afugenta passarinhos
Prá nao fazer seus ninhos
E nas plantas fazer morada
Na manhã ensolarada
A brisa forma partículas
Qual cristais descendo em bicas
Das fôlhas d emburana
Também da palha da cana
No solo forma caçinbas
E o camponês se anima
Pois na escacêz terá onde
Alimentar seu rebanho
Do alto da barauna
O carcará
Dá seu grito
Prá assustar o cabrito
Que esta em meio as ovelhas
E ao sair na carrera
Ser fisgado pelo bico
Carcará quem não conhece
É a águia do Nordeste
Valente qui nem a peste
E quando mira a sua prêsa
Por mais alto que'ele esteja
Desce de lá qual foguête
Nas garras segura cobras
Seu cardápio predileto
Vivente que estiver perto
Quando o ouve se arrepia
INSTANTE
Cada instante é único
Num momento ser lamento
No outro ser euforia
Num ser desolação
No outro so alegria
N'um tá no fundo do poço
No outro ser só simpatia
É assim que é a vida
Tal qual uma roda gira
Em circulos circulando
Nessa eterna magia
Transforma a vida de quem
O encontra em um instante
Nos jardins dos corações
Das flores é a mais bela
Nos bosques da ilusão
Das árvores a mais singela
Magia inexplicável
No estudo da razão
Um vírus que não tem cura
Quando invade um coração
Qual a fúria de um vulcão
Queima o peito dói na alma
Mas o melhor lenitivo
Se correspondido acalma
Não tem sabor mas parece
Ser fruto de puro mel
Um sentimento tão nobre
Bênção descida do Céu
Meras palavras
Embalam
Agridem
Acariciam
Torturam
Despertam
Dispersam
Encorajam
Inibem
Desencantam
Decidem
Libertam
Sufocam
Educam
Amedrontam
Sugerem
Exigem
Constroem
Desmontam...
O ser poeta - ou metido a tal como eu - é ser contumaz mentiroso: quando narro que estou na solidão, tô sempre bem acompanhado: das lembranças.
SAUDADE DA ROÇA
Sinto saudade da roça
Onde há sinceridade
Diferente da cidade
Onde é raro se encontrá
Alguém que preze o valor
De uma grande amizade
Na roça é todos por todos
Ninguém se acha melhor
Didive as coisa da Terra
Milho, feijão ou farinha
Dos pobre todos têm dó
Na cidade é difícil
Vê alguém se importar
Cm os murmúrios dos outros
Só se quer é se arrumar
Quem quer saber se o outro
Vive a se lamentar
Eu inda era menino
Mas já prestava atenção
No modo de vida simples
Do povo lá do sertão
Onde era todos por todos
Ninguém reclamava não.
LUA BONITA
Lua bonita
Com teu manto prateado
Vê se traz algum recado
Lenitivo a minha dor
Sei se quizeres
Meu desejo saciado
É só trazer pro o meu lado
Novamente o meu amor
Se assim fizeres
Sempre vou te agradecer
Pois perdí meu bem querer
Lá pras bandas do Sudeste
Vim pro Nordeste
E não mais tive alegria
Só alguma fantasia
Tentando esquecer o dia
Solidão ninguém merece.
LÁ NAS BRENHA
Lá nas brenha onde morei
Se um vizinho dizia pro outro
"Tô em dificuldade
Tem algum pra mim' emprestar?
O outro: não tenho não
Mas pode esscolherer uns bodes
Umas galinha, uns porquinhos
Uns garrotes
Umas sacas de milho e de fejão
Você vende e se a r r i m i d e i a
Depois que as coisa melhorarem
Então você vem me pagar
Na cidade é diferente
Cada qual tem olho maior
Ninguém não quer nem saber
Se o outro está na pior
Se puder fura os dois olhos
Pra ficar reinando só
Desculpe ser tão grosseiro
Nas minhas poucas palavras
Mas é que vi uma cena
Homens perto lá de casa
Um querendo 'engoli' outro
Que sequer se lamentava.
BREVE DEVANEIO
Devaneiar é preciso
Faz bem e nos revigora
Tal qual fosse um oceano
Que se'esconnde no Horizonte
Nos transporta a outros cantos
Que fomos felizes outrora.
CORAÇÃO E MENTE
Vez por outra ouço a mente
Que muitas vezes me mente
E seduz meu coração
A crer que assim de repente
Encontrou a alma gêmea
Era quimera somente
Nas cores do arco-íris
N'uma tarde de verão
Deixou-se apaixonar
Imaginou que solidão
O tempo levava embora
Ao vento na imensidão.
Uma das mais saborosas sensações de liberdade que eu conheço é flagrar meu coração feliz sem precisar de nenhum motivo aparente.
Quero mais sinceridade, quero mais paz, quero mais harmonia, quero mais diversão pelas coisas simples,quero ouvir o canto dos pássaros..
Quero poder olhar pro céu sem prédios me atrapalhando, quero acordar com o sol batendo no rosto, quero mais, muito mais.
Quero sorrisos sinceros. Doces sorrisos que vêm involuntariamente depois de ouvir um "eu te amo" de quem se gosta. Quero cafuné...
Quero abraços apertados pra matar a saudade. Quero lágrimas sinceras de alegria. Quero sentir o vento levando meu cabelo. Quero sentir a chuva.
Não desista vá em frente, sempre há uma chance de você tropeçar em algo maravilhoso!
E a gente vai à luta e conhece a dor. Consideramos justa toda forma de amor
CU'MERA A VIDA NO SERTÃO
Sou matuto sou brejero
Me criei nos cafundó
Sou sertanejo da gema
Das banda do Igapó
Lá quando o Sol á apino
Castiga a pele sem dó
Campiei gado nas brenha
Ranquei tôco fui carreiro
Morei em casa de taipa
A dispois fui ser olêro
Fiz tijolo até fiz teia
Pás galinha fiz pulêro
Num fiz teia cuma aranha
Mas pá cubrir os celêro
Donde guardava os provento
Trabaio dum ano intêro
Tombém pá fazer tapera
Qui'abrigava os cumpanhêro
Nos tempo de truvuada
As gotêra pretubava
Pingava pru todo lado
Nos cantinho nois ficava
Seu minino num lí conto
Ocê difíce acredita
A vida de sertanejo
Até parece desdita
Mai juro q'era assim mermo
Quem viu de perto acredita
Nos tempo de verão brabo
Nas catinga eu m'infiava
Mandacaru pú rabanho
Era o qui a gente incontrava
Os bichin cumia tanto
Qui as veis até se babava
Iscola num tinha lá
Vim istudá quando grande
Não no sintido de artura
Pois piquenin inda sou
Mai falando de idade
Cuma dizia vovô
Mermo assim istudei pôco
Pois quando vin pá cidade
Ví tanta muir facêra
Qui mingracei de verdade
Poquin aprendí a ler
Ess'é a pura verdade
Discurpe as tanta trronchura
Qui rasbiquei nesses verso
Mai achei qui era bom
Contá pá todo Universo
Qui a vida de sertanejo
Era assim mermo eu confe
Meu povo mim dê licença
Pá mode me'apresentar
Sou matuto lá das brenha
Das terras dos carua
E careço de sabença
Pá mode me'expilicar
Mas se me dé atenção
Das coisas do meu sertão
Pá voismicês vou falar
No sertão num tem'ispritá
Nem dotor nem infermêra
Se a muier vai parí
Nóis vai buscar a parteira
Quaje sempre madrugada
E ela vem acumpanhada
De arguma resadêra
Pá rezá de má uiado
Tombém de argum qebrado
Qí gente de ôio grande
Butô no recenascido
Ante de cortá u'imbigo
Priviní nunca'é dimais
Se u bruguelo for franzino
Ranzinza e disnutrido
A partera sabe logo
Derna'o premêro gimido
E manda aprepará logo
Prú bichim argum cuzido
E pá arrefoçá
Reune trêis rezadêra
Tudim da cama na bêra
Cumeça logo a rezar
Ôtas vai aprepara
Chá de casca de madêra
Seu minino se'eu lí conto
Uncê mim diz qé buato
Mar mim'espere um bucadin
Qí lí nararei uns fáto
Qí acuntece merma assim
Lá pu'as banda do mato
Os cafundó é dotado
De rezadêra sabida
Qí reza in qarqé duença
Das qí ixiste na vida
E cura bem ligerin
De caganêra a firida
O sinhô mim acridite
Qí'um dia surgiu um cába
As feição era tão feia
Quiném qí coisa macábra
E né qí'as véia evitô
Qí disarrumace ar'mála?!
Pelas feição do sujeito
Paricia apreparado
Pá viajá sem demora
Pois tava bem matratado
Pá cidade de péjunto
Quem vai num dêxa recado
Mar as meizinha apreparada
Lá pás banda do sertão
Parece inté milagrosa
Ninguém num duvide não
Alevanta bicho-bruto
E até mermo cristão
A vida lá num é face
As casa são de sapé
Acridite no qí digo
Qí as vêis farta inté
Caçola qué pá cubrí
Os pissuído das muié
Ôto dia chegou um
Tava cun'a dô no vão
Lí passáro uma meisinha
E num cobráro muito não
Qí poucos dia adispôs
Paricia um cidadão
E pú falá nim meisinha
Inxiste um véio Missia
Qí agarante o qí faz
E nele tudin cunfia
Né qí u abençoado
Faz inté um marmelado
Feito cum leite de gia?!
Se'u caba vem das caatinga
Cu'um tái na pôpa dos pé
Se o véi num tem imbé
Faz cum carrapatêra
E chá de muleque-duro
Mode curá caganêra
Caganêra quem num sabe
É Pirrite, disinteria
E pá curá a morróia
A cocêra no bocá
Na bôca do semvergonha
Tome chá de papaconha
Qí' agaranto se curá
Pá curá dô de pancada
A casca de aruêra
É uma das indicada
E a catingêra-rastêra
É Remédio de primêra
Pá qem já
Num Fáis mais nada
Hômi pá num ser tachado
De curandêro é mió
Eu ir parando pruqí
Pois a tá da medicina
Num adimite êsses dom
ANSEIO MEDONHO
Vidas sem vida
Sonhos sem sonhos
Mentes disprovidas
Esperança ausente
Fazem do presente
Futuro sem glórias
Caminhos inóspidos
Estradas desertas
Pântanos sombrios
Sem vejetação
Coracão vazio
Onde houve rio
Vendaval passou
A margedeixou
Quanto desvario
Navegar sem leme
Sonhar mais um sonho
Flutuar nas nuvens
Transpor dimensões
Pousar noutra nau
Quem sabe por lá
Possa me encontar
Que anseio medonho
Por mais que eu almeije 'imitar' o sábio, mais medíocre me percebo.
Se nessa existência não alcansei as metas almeijadas, deixo escrito meus êrros; quem sabe assim, sirva ao menos de 'espelho'.
Fixar-se no amanhã a pensar o hoje, é certeza de lamentar-se o ontem não vivido intensamente.
A vida não resume-se em meros momentos. Todavia, há, em meros momentos, resumos memoráveis em muitas vidas.
Ousar faz parte de quem sonha acordado. Por certo no futuro há de ser lembrado. Mas que no presente, tende a ser esquecido.
SENSATA MALUQUÊZ
Minha maluquêz mais senzata
É sempre maluquear
Sem comtudo
Perder o equilibrio
Será que consigo?
Se observar-mos bem, perceberemos nos olhos - para muitos inespressivos - dos desprovidos da sorte, a desesperança escancarada
Muita vez, a gente pensa que conhece alguém, quando de repente, numa frase ou até mesmo numa palavra, muda-se o conceito que tinha sobre esta pessoa.
O outono passou, a Lua resurgiu magestosa e imponente. Pena que no meu peito, o outono persiste...
"Depois da tempestade vem a bonanza". O dilema é, que raramente, tempestades por onde passam, não causam danos...
Amar, eu amei. Tanto que esqiecí de mim mesmo. Quando me dei por conta, tarde demais; não ha mais 'espaço'.
No imenso palco da vida, ao invés de memorizar-mos as comédias, preferimos 'salvar' na memória, os dramas
Os momentos mais felizes que armazenamos n memória, são aqueles que apenas gostaria-mos de ter vivido
LEMBRANÇA
Cortante qual o fio da navalha
Dôce qual favos do mais puro mel
Menina/mulher
Sôbre aquele muro
Sorriso tão sincero
Qual um pedacinho do céu.
Como adjetivar um sentimento, quando se guarda na memoria um olhar, um sorriso, um gesto simples que nem o tempo conseguiu apagar?
Perspective o amanhã, sempre mais positivo do que conseguiu realizar hoje. Pensar positivamente, é o primeiro passo rumo ao êxito.
Felicidade: para uns, mansões, viagens, carrões, cruzeiros maritimos. Para outros, saúde, um teto, um trabalho, comida na mesa.
Se não se consegue ser ator/atriz principal, tentar fazer o melhor como coadjuvante, é a melhor opção.
O melhor do dormir, são os sonhos. Nêles, o sorriso franco ofusca o poder, o dinheiro, as diferencas. Sonhar é viver no paraiso.
Se os sonhos não fossem meras fantasias, o viver na Terra, seria tal qual viver num paraiso.
LIBERDADE DE ESCOLHA
Liberdade de escolha
É facultada a todo ser
Optar viver no bem
Basta somente querer
Construir um mundo novo
Sempre a cada amanhecer
Eu explicito: aguardando a proxima. Implicito: fantasio um amanhã de luares primaveris e horizontes com estrelas reluzentes.
PALAVRAS
Palavras...
Simples palavras
Amenas
Cortantes
Insanas
Dementes
Produz lenitivos
E as vezes venenos
VERDADES QUE SÃO MENTIRAS
Mentiras que são verdades
Verdades que são mentiras
Sinceridade escaceia
Quando impera hipocrisia
E a gente faz de conta
Deixa o vento nos levar
Mascara
Qual barco desgovernado
Nesse mundo de magia
Utopia imaginar
Que havera sinceridade
Pois alasta-se qual capim
E prolifera a maldade
Em todo lugar existe
Quem cultua vaidade
Liberdade de escolha
É facultada a todo ser
Optar viver no bem
Basta somente querer
Construir um mundo novo
Sempre a cada amanhecer
CORPOS NUS
Corpos nus
Qual néctas afrodisiacos
Como a incentivar libertinagem
Seus promotores
Ficam cada vez mais ricos
E a massa insana
Embriaga-se nesse circo
Não percebe
Que é ela o palhaço
E a insensatêz
Vai conqistando mais espaço
Pornografia
Escancarada invade os lares
Sob aplasos
Dos incautos cidadãos
Apologia
Às drogas contagia
Pouco há pouco
Toda uma geração
Pretexteiam
Liberdade de expressão
Pulverizam permissividade
Em tenra idade
É praxe perceber-se
Adolecentes
Induzidos à bandidagem
Não entendo
Como a socidade
Não se opõe
A um modêlo deprimente
Que patrocina
Êsse espetáculo indecente
E nesse imenso
Palco que é a vida
Cada ato
A cada dia
É mais macabro
Agigantam-se
As peças onde os focos
São os jovens
Que inconscientemente
São conduzidos
Qual boiadas pros cercados
Os olhos nao falam, nao mentem, nao calam. Mas emitem sinais inconfundíveis contidos no âmago da alma.
CASTELOS DE AREIA
Luz que reluz
No âmago da alma
Gotículas de mel
Que adoça o existir
Fonte enegética
Revigora e me acalma
Quando miro esse olhar
Meu peito quer explodir
Esse olhar feito flecha
Que ocupou fortemente
Um espaço em meu peito
Igualmente em minha mente
Sei, és apenas um sonho
Uma utopia por certo
Sei que estas bem distante
Mas te sinto aqui bem perto
Transformando em oásis
Encanto e até magia
O espaço em mei peito
Que estava tão deserto
Essa insana magia
Talvez seja delirante
Faz-nos enveredar
Num mundo de fantasias
Constroi-se até castelos
Mesmo sendo d areia
Que bela filosofia
Amor, algo tão puro
Setimento que aflora
No peito, no coracão
Quando se ama de fato
Se é vulnerável sim
Se esquece a razão
E mão confunde-se
Com paixão
Ha momentos que o vazio é tão intenso, que tenho a impressão de ouvir o eco do meu próprio pensamento.
AH TEMPO...
Tempo; ah tempo...
Faz o olhar perder o brilho
A pele perder o viço
O corpo perder desptrêza
Ah Natureza...
Repleta de beleza
Ah tempo...
Fazes fôscos sonhos dourados
Nublêias dias ensolarados
Frustras anseios acalourados
Impoe-nos ressentimentos
Ah tempo...
Mostras-nos as mararavilhas
Mas também realidades sombrias
Apogeus dos eleitos
E a realidade cruel e nua
Dos que moram das ruas
Das fases da vida, a mais marcante, é a que somos meio patetas; quando nos apaixonamos.
MURALHAS
Tal qual as ondas no mar
Começam em calmaria
Mas ao soprar do vento
Aquecem-se somam enegias
Antes de atingirem as praias
Muita vez já veem bravias
Assim pulsa o coraçao
Ferve o sangue a bombear
Oxigênio nas veias
Impulsiona a formar
Paredes mais que sao frageis
Muralhas
Prestes a desmoronar
Ha situacoes nas quais, se ter pela metade, é, indiscutivelmente melhor, nao se ter.
Vez em quando, metaforizar é preciso, porque faz parte. Hopocrisias, de um sistema farçante.
CARCARÁ
Nas entre-linhas dos versos
Desnudo o meu pensamento
Pego carona no vento
Desbravo florestas, mares
Dos pássaros ouço os cantares
Das flôres sinto o aroma
Na relva olho o orvalho
Na roça um spantalho
Que afugenta passarinhos
Prá nao fazer seus ninhos
E nas plantas fazer morada
Na manhã ensolarada
A brisa forma partículas
Qual cristais descendo em bicas
Das fôlhas d emburana
Também da palha da cana
No solo forma caçinbas
E o camponês se anima
Pois na escacêz terá onde
Alimentar seu rebanho
Do alto da barauna
O carcará
Dá seu grito
Prá assustar o cabrito
Que esta em meio as ovelhas
E ao sair na carrera
Ser fisgado pelo bico
Carcará quem não conhece
É a águia do Nordeste
Valente qui nem a peste
E quando mira a sua prêsa
Por mais alto que'ele esteja
Desce de lá qual foguête
Nas garras segura cobras
Seu cardápio predileto
Vivente que estiver perto
Quando o ouve se arrepia
INSTANTE
Cada instante é único
Num momento ser lamento
No outro ser euforia
Num ser desolação
No outro so alegria
N'um tá no fundo do poço
No outro ser só simpatia
É assim que é a vida
Tal qual uma roda gira
Em circulos circulando
Nessa eterna magia
Transforma a vida de quem
O encontra em um instante
Nos jardins dos corações
Das flores é a mais bela
Nos bosques da ilusão
Das árvores a mais singela
Magia inexplicável
No estudo da razão
Um vírus que não tem cura
Quando invade um coração
Qual a fúria de um vulcão
Queima o peito dói na alma
Mas o melhor lenitivo
Se correspondido acalma
Não tem sabor mas parece
Ser fruto de puro mel
Um sentimento tão nobre
Bênção descida do Céu
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