domingo, 1 de janeiro de 2012

*Desnuda a alma/ COLETANIA DOIS

UM GRITO AGUDO
No silêncio do meu mundo
Ecoa fundo
A estupidez da palavra
Corrói o peito
Um sentimento profundo
Desnuda a alma
Deixa a mente inebriada
Que o bem vencerá o mal
Que o mal por sí se destroi
Que por mais nos sintamos reféns
Persistamos no nosso ideal
Que na vida há sempre percalsos
Que as tormentas sempre passarão
Que por mais longo seja o outono
Chegarão os dias de verão
Que é no inverno que aflora a vida
Quando as sementes germinarão
Que das quatro é a primavera
Com certeza a mais bela estação.

SERÁ?
Será por que o aplauso entorpece
E o afago na alma não trás sorte
Que em vida não se reconhece
E se venera quase sempre após a morte?
Sabe-se que o artista passa fome
Desilude-se e muitas vezes some
Quando ao túmulo o seu corpo desce
É que vem a tona o seu nome?
É por tal que ser poeta por exemplo
É pensar muito além do seu tempo
Focar quase sempre o profano
Pois que o mundo ofusca os seus planos?
Por deveras não ser compreendido
Se torna esse ser desenludido
Faz das noites de 'insônia seu alento
Quem sabe pra 'esconder o seu tormento?
Solidão tem como companhia
Divaga além fronteiras noite e dia
Faz do tédio aliado mais frequente
E se atreve descrever tudo que sente
Contempla a Natureza por amor
Nas estrelas busca inspiração
Pois para afugentar a solidão
Lá encontra lenitivo a sua dor.

N'ALGUM OCEANO
Que essa corrente
N'algum lugar aporte
E por lá afogue
Os meus desenganos
Que eu faça planos
De um povir mais fértil
E que ancore firme
N'algum Oceano
Que eu não mais me engane
Com promessas vãs
E que no afã
De obter vantagem
Não me entusiasme
E que nada ofusque
O que planejei
Ao aportar à margem.

DO AMOR
Amar tal qual faz a brisa
Que nem mesmo as intempéries
Da noite inviabilizam
Retorne com seus mistérios
Amor algo tão sublime
Que para simbolizar
Esse sentimento nobre
Seja rico ou seja pobre
A singeleza da rosa
O faz bem representar
Amor no sentido amplo
A nada faz restrição
Não esqueçamos que Deus
Por amor Estende a Mão
Basta que nos entendamos
Pois somos todos irmãos.

RACIONAIS?
Dentre os irracionais
O instinto prevalece
Já no humano a razão
Existe e as vezes se esquece
E muita vez emoção
Então é o que prevalece
Tá certo qu'é mei de vida
Inda as lutas corporais
Mas o homem se compraz
Em assistir lutas mortais
Tal qual na'idade da pedra
Nos tempos dos ancestrais
Cada qual quer se dá bem
Não importa se massactando
O outro, atos insanos
Nem sempre somos humanos
E a tal fraternidade
Não está em nossos planos.

SONHOS OPACOS
Sonhar não só é preciso mas essencial
Quando as cores dos sonhos
Passam a ser opacas
Os atrativos da vida
Perdem seu valor

E o sonho quando perde a cor
Quando do amor
Não mais se acalanta
Então sonhar
Perde seu encanto
Lamenta a alma
Não ter esperança.

MOMENTO
Quando nas veias meu sangue ferver
Que venha à tona e prevaleça a calma
Quando difícil controlar a fúria
Que a mansidão me  i m p r e g u i n e   a alma

SERÁ?
Será o apocalipse  n o w?
O mal em voga na Terra
O bem sucumbe ante tal
A honra serve de riso
Roubar não é mais banal

Quem se apossa do alheio
As Leis lhes dá proteção
Quem trabalha honestamente
Não mais merece atenção
Difícil sobreviver
No chamado mundo cão

Ao que parece, a barbárie
Pertinente enseja o caus
Em qualquer época se vê
Mais parece carnaval
Não tá tão fácil salvar
Nossa indefesa Nau.

NATUREZA EM FÚRIA
Que caus é esse em voga na Terra
Onde o mal tem proteção da Lei
E os que tentam preservar a honra
Tem suprimidos os direitos seus

Quem deveria preservar a ordem
São os primeiros a fazer bobagens
E o povão que os elegeu
Fica a mecê de tais pilantragens

Niguém se entende na nova babel
Parece que estão em sono profundo
A prosseguir tais disparidades
O que será desse nosso Mundo?

Ninguém escuta a voz da Natureza
Destroem sem dó reservas naturais
Os interesses sobrepõe-se a tudo
Não sei se somos mesmo racionais

São terremotos, encchente, tufões
Desabamentos, soterrando gente
Guerras, maremotos, ou mesmo vulcões
Servem de alerta para nossa mente

O caus se aproxima mais ainda há tempo
De repensar o viver profano
Se um dia a Terra nos negar guarida
Difícil será reparar os danos.

MOMENTO FULGÁZ
Breve encontro fulgáz
Um estalo
Um querer
Momentânio
Tenaz
Quiçá seja capaz
De trazer lá de traz
Nova razão de ser

Esperança ressurge
Assim tão de repente
Tráz lembranças de outrora
Pro momento presente
Revigora o querer
No presente no agora
Reaquecendo a mente.

REALIDADE NUA E CRUA
De longe ví uma cena
O passo apressei prá vê
Crianças em algazarra
Foliavam como que
Brinquedos não ví nenhum
Me perguntei o por que
Num lixão catavam restos
De migalhas prá comer.

SAUDADE DA ROÇA
Sinto saudade da roça
Onde há sinceridade
Diferente da cidade
Onde é raro se encontrar
Alguém que preze o valor
De uma grande amizade
Na roça é todos por todos
Ninguém se acha melhor
Didive as coisa da Terra
Milho, feijão ou farinha
Dos pobre todos têm dó
Na cidade é difícil
Vê algém se importar
Com os murmúrios dos outros
Só se quer é se arrumar
Quem quer saber se o outro
Vive a se lamentar
Eu ainda era menino
Mais já prestava atenção
No modo de vida simples
Do povo lá do sertão
Ond'era todos por todos
Ninguém recramava não.

LUA BONITA
Lua bonita
Com teu manto prateado
Vê se traz algum recado
Lenitivo a minha dor
Sei se quizeres
Meu desejo saciado
É só trazer para o meu lado
Novamente o meu amor

Se assim fizeres
Sempre vou te agradecer
Pois perdí meu bem querer
Lá prás bandas do Sudeste

Vim pro Nordeste
E não mais tive alegria
Só alguma fantasia
Tentando esquecer o dia
Solidão ninguém merece


O SILÊNCIO
E muita vez no silêncio
Que a reflexão aflora
Na plenitude do eu
Vem a tona a razão
Que as vêzes se perdeu
Eeencontra-se nesta hora

0 silêncio é salutar
Nalgumas ocasiões
Traduz mesmo sem palavras
Que venham fazer mencões
Afirmações contundentes
Constrange até multidões

É no silêncio da noite
Que ao leu a mente divaga
Do Imaginário flui
Prás nuveves faco uma escada
Viajando além fronteiras
Assim tudo se propaga

Mas o nada nao existe
Pois reza a filosofia
Pois se ocupa algum espaço
Contém alguma energia
Mistérios da Natureza
Indcifrável magia

Tempo Espaco
Tudo Nada
Metáforas
Filosofias
SILÊNCIO
Divagações
Sem nexo
Mera magia

Realidade distorcida
Fruto da imaginacão
Será o tempo invenção
Da busca pela razão
Do se ouvidar a tristza
Contida no coração

EMBIAGUEZ DE POETA
Tal qual água no deserto
Tempestade de areia
Tal qual luz no fim do túnel
Qual nas nuvens ver sereias
Assim divaga o poeta
Se sua mente vaguia

Qual tesouro em pleno caus
Terra fértil na'aridez
Do vento junta palavras
Forma a sua embriguêz

Nem tudo que nos fascina nos convém. Muita vez, o que nos parece um pomar frutiforo, é na verdade um deserto arido.

DEVASTAÇÃO
Se o homem não preservar
Da fauna o minimo que seja
Do que existe no Mundo
Presente da Natureza
No futuro não terá
Abubdância com certeza

Também a flora padece
De farta devastação
Já não se ver como dantes
Nas caatingas no sertão
Diversidade de espécies
Tal qual havia então

Da forma que'estao fazendo
Devastando todo dia
A imponência das matas
Onde havia magia
Sonhar é tão abstrato
Que será mera utopia

Os encantos das florestas
Que havia no passado
Será qual contos de fadas
Dos livros que'eram inspirados
Nas estorias de sacis
E dos reinos encantados

Ainda há esperança
Se inda há obstonados
Em defender o improvável
São poucos
Mas não são sós
Que acreditam algum dia
Viver num Mundo melhor

NUVENS
Nuvem densa
Nuvem espessa
Nuvem rara
Faz com que eu adormeca
Nuvem clara Nuvem errante
Nuvem que inspira
Devaneios dos amantes

PÉTALAS AO VENTO
Atirei pétalas ao vento
De repente vi no ar
O voo de um beija-flor
Reviví por um momento
O extase daquele tempo

Que vivi um grande amor
Hoje somente a lembranca
Nem um fio de esperanca
Fulgaz que seja um reflexo
Das tardes de explendor

Ao som das cachueiras
Ouvindo o canto dos passaros
Bem pertinho do penhasco
De indizivel beleza
Na encosta da montanha

Que nostalgia tristonha
Pois a ganancia medonha
Do homem em busca de ouro
Destruiu tantos tesouros
Hoje chora a Natureza

Pois a selva essencial
Q'havia no local
Esbanjando imponência
Guarida de beija-flores
Hoje desperta clamores
Quem sabe a pedir clemência

LIBREDADE
"Liberdade liberdade
Abre as asas sobre mim"
Tivesse eu pensando antes
Nao teria agido assim
Hoje 'preso' as amarras
Que escolhi para mim

Como fui inconsequente
Navegar contra a vontade
Só prá dá satisfacao
A essa sociedade
Abdicar de um bem tão nobre
Quanto és tí oh liberdade

De tal preciosidade
Quem pensar não abre mao
Pois o preço que se paga
Por uma mera ilusão
É mergulhar de cabêça
Na símdrome da solidão
Nas águas turvas da vida
Ancorar sem ter guarida
No mar da desilusão

BREVE DIVAGAÇÃO
Juntando letra por letra
Palavras vão se formndo
Quem tá de fora imagina
Que quem o faz ta amando
Ledo engano
É só um jeito
Que o poeta encontrou
De expressar seus deseganos

Fazer planos a essa altura
É insano e estutícia
Quando certeza se tem
Q'é coisa de meninice
Pois quando se'amadurece
Essas coisas não se esquuece
Mas entnde-se q'entorpece
E é preciso ter juízo


NAS NUVENS
Imaginando a levêza
Q'o páasaro deveras sente
Sobrevoando entre as nuvens
De lá expele sementes
Que ao caírem na terra
Outros sêres alimente

VISÃO VERSÁTIL
Vegetais
Verdejantes
Vestem
Veementemente
Verões

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