sexta-feira, 23 de maio de 2014

PalaEstrela Dalva

Falta - muita falta
Me faz ela
Lembro nas noites de Lua
Calor, o tempo abafado
Eu saia do chuveiro
Depois do banho acalmante
Não pensava duas vezes
Debruçava-me na janela

Então mirando o horizonte
Ela, perene, constante
Cintilava - quão é bela

Para mais perto ficar
Pra lage, depressa eu ia
Envolto nessa magia
Sonhava - mil fantasias
Deitado sobre um colchão
Que estendia no chão
Parecia está mais ela

Era tudo devaneios
Pois mui distante ela estava
Mesmo assim eu amava
Oh bela Estrela Dalva
Nesta noite não há Lua
É outono e as luzes da rua
Impedem-me de - mesmo longe
Minha imaginação
Iludir-me está mais ela.

Sem noção 
Sem razão 
Sem discussão 
Sem começo meio ou fim
Sem complexo de culpa
Por negar-se
A si mesmo acreditar
Que fosse apenas magia
Ou talvez mera utopia
Que dentre racionais
Conjugar o verbo amar
Não fosse só fantasia.

Eu sei
Talvez
Não 
Haja mais tempo
Mas quem sabe
O tempo que resta
Seja
Exatamente o tempo
Que o tempo reservou
Quiçá guardado
A sete chaves
Para neste exato tempo
Vir
E nos apresentar
Que possamos desfrutar
Cada segundo 
Deste
Tempo.

Bem 'reza' o dito
"Cristal quebrado conserto não tem"
Assim as afeições
Quando - e se - desfaz no tempo
Tentar relembrar momentos
Que pareciam ser perenes
Produz no peito tormentos
Por vezes insuportaveis
Tão voraz tal qual veneno
Cicatriz deixa na alma
Que aparentemente calma
No âmago está tão ferida
Que atormenta uma vida
Qual fosse está se afogando

Do mar, no fundo da água.

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