domingo, 1 de junho de 2014

Perdido - como d'antes/ Quem é ela?/ Parte da realeza

Perdido - como d'antes
N'um canto qualquer - parado
O carro estacionado
Os vidros, todos vedados
Ouvindo som - nostalgia
Rememorando dos dias
Nos quais sonhava acordado
Vejo olhando pro lado
Quanta gente está perdida
Quiçá procuram guarida
Pois demonstram não ter norte
Mas precisa-se ser forte
Pra transpor tantas barreiras
Quão obstáculos na vida.

Vejo n'um banco da praça
Um ancião pensativo
Deve buscar lenitivo
Mirando pro horizonte
Por está tão entretido
Deduzi, está pensando
"Por que é tão complicado

Viver em desequilíbrio?"

Quem é ela?
Sim, quem é ela?
Que surge assim
Tão sorrateiramente
E quando nuvens ofusca a visão 
Eis que ela vem
Qual uma bela canção 
Adocicar de novo o existir
Vontade tenho de logo partir
Quiçá pegar o primeiro avião 
E sem pensar se é certo ou não 
Desembarcar naquele lugar
Tão distante - esquecer a razão 
E atender sem sequer refletir
O impulso do velho coração?

"Espero que a música que'eu canto agora/ possa expressar o meu súbito amor"
Que - na real - somente eu amei
Fiz tantos planos (ela não sabia)
Anos e anos em sua companhia
Morávamos sob o mesmo teto
Eu plebeu e ela rainha
Rainha sim em ternura e beleza
Mas por fazer
Parte da realeza
Distanciei-me sem sequer dizer
Que ela era minha completude
Porém faltou-me ter a atitude
De expressar o quanto a queria
Que o meu peito ardia em chamas
Todas as vezes que na mesma cama
Acordava e via ao meu lado
Aquela que ainda inocente
No meu ombro encostava
E adormecia
Covarde, fui pois não acreditava
Que por um ser tão inexpressivo
Uma princesa não se apaixonaria
Parti pra longe pois pensei comigo
Se distante, a esqueceria
Mas o tempo fez-me entender
Que pelo menos amei um dia.

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